Eventos da Fifa acirram disputa entre marcas por mercado baiano

Em 22 de junho, data do primeiro jogo da Copa das Confederações em Salvador, a capital estará em festa. E toda festa pede uma cerveja bem gelada. A proximidade do torneio, tido como um teste para a Copa do Mundo, tem acirrado a guerra entre as principais cervejarias. Hoje, três fábricas funcionam na Bahia e dois novos grupos trabalham para iniciar a produção nos próximos meses. Com participação de apenas 0,5% na região Nordeste, o Grupo Petrópolis, detentor da marca Itaipava, saiu na frente na disputa por mercado durante os eventos esportivos ao investir R$ 100 milhões para carimbar a marca no estádio da Copa em Salvador. O antigo Estádio Octávio Mangabeira foi rebatizado de Itaipava Arena Fonte Nova, em uma tentativa de consolidar a marca, que passará a produzir no estado em breve. O grupo está investindo R$ 1,1 bilhão em uma fábrica em Alagoinhas que deve gerar 3.070 empregos.“A Itaipava Arena Fonte Nova representa o marco do início do nosso trabalho aqui. É a primeira grande propriedade que a gente conquista na Bahia. Uma forma de iniciar um trabalho com um peso maior”, disse o diretor de mercado do Grupo Petrópolis, Douglas Costa. No entanto, a previsão do executivo é de que a fábrica só fique pronta e comece a produzir entre agosto e setembro, depois que a Copa das Confederações já tiver acabado. Costa admite que a “disputa é bastante acirrada” entre as cervejarias. “Hoje a Ambev, com a Skol, é líder de mercado, depois vem a Kirin, com a Nova Schin. Mas já existe uma expectativa em torno da Itaipava, que acaba representando uma novidade para a população”, acredita o diretor. “Ainda temos uma participação pequena aqui, porque temos que trazer o produto da fábrica do Rio de Janeiro, mas temos uma meta agressiva: em 2 anos, chegar a 15% desse mercado. A gente vai incomodar muita gente”, ameaça. Ambev - No entanto, a Ambev, detentora de marcas como a líder Skol, a Brahma e a Budweiser, patrocinadora oficial da Fifa, sairá ganhando na Copa das Confederações. Os bares do estádio terão, exclusivamente, duas marcas suas: a Brahma, aposta da empresa para eventos esportivos, e Budweiser, patrocinadora da Fifa desde 1986 e que possui 13% do mercado de cervejas premium. O gerente de vendas da Ambev, Ricardo Neto, justifica a estratégia de escolher a Brahma para os eventos esportivos — até latinha especial da Copa das Confederações a marca ganhou. “Com essa marca, já patrocinamos Bahia, Vitória, São Paulo. Toda a plataforma de futebol já está linkada com a Brahma”, explica. A empresa resolveu investir pesado já para a Copa das Confederações. A Ambev está apostando em ações especiais nas franquias Nosso Bar, Quiosque Chopp Brahma e Chopp Brahma Express. Para a rede de franquias Nosso Bar, a empresa criou um Cartão Fidelidade: a cada dez garrafas de cervejas compradas o cliente ganha um Copo Oficial da Copa das Confederações. Os consumidores internautas também serão desafiados no Facebook com um concurso de fotografias de bares que distribuirá três ingressos para assistir a um jogo da Copa das Confederações. A Brahma ainda sorteará 50 ingressos para a final da Copa deste ano. A ação também contemplará quem pretende assistir aos jogos em casa. A cada 50 litros da cerveja comprados nas lojas Chopp Brahma Express, o consumidor ganhará kits de brindes como camiseta, mochila, apito e óculos. Procurada, a Brasil Kirin recusou-se a divulgar as estratégias da empresa para a Copa das Confederações, por uma “decisão estratégica da empresa”. Além da Kirin, que detém marcas como a Nova Schin e a Schin no Grau, a cerveja Kaiser também possui uma fábrica no estado, em Feira de Santana.