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SALVADOR

Estudantes da Ucsal reclamam de assaltos e realizam protesto

Afastado de locais mais movimentados, alunos apontam o ponto de ônibus como local preferido dos assaltantes

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25/04/2015 às 9:04 • Atualizada em 27/08/2022 às 7:11 - há XX semanas
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Esconda o seu celular, pegue o primeiro ônibus que passar ou peça carona solidária a algum colega. Essas são algumas dicas dadas por estudantes da Universidade Católica do Salvador (Ucsal), que têm aulas no campus de Pituaçu, para evitar os roubos e arrastões frequentes na região.
Segundo eles, o local preferido pelos assaltantes, na Avenida Pinto de Aguiar, é o ponto de ônibus que fica no sentido Paralela. Ele fica afastado de locais mais movimentados e é pouco iluminado, o que facilita a ação dos criminosos. “Geralmente, eles vêm de carro. Descem e anunciam o assalto. Levam as bolsas e mochilas de todo mundo”, conta a aluna de Administração Ananda Pires, 20 anos.
Ainda conforme os estudantes, algumas vezes os roubos acontecem mais de uma vez no dia, como nos últimos dias 17 e 21 de abril. Os horários em que há mais ataques, segundo contam, são entre 10h e 11h e em qualquer momento depois que anoitece. No último assalto, ocorrido anteontem, os ladrões mudaram de tática. “Eles chegaram de moto. Quatro homens em duas motos pararam no ponto, deram voz de assalto e levaram as bolsas do pessoal”, contou Ananda.
Revoltados com a insegurança, alunos e professores protestaram com faixas e cartazes na quarta-feira. Eles interditaram uma das pistas da Pinto de Aguiar, na entrada da universidade.
Ananda Pires deixa a Ucsal a caminho do ponto: momento de apreensão
PSICOLOGIA
A assessoria da Ucsal informou, em nota, que, na próxima terça-feira, vai se reunir, às 10h, com representantes dos estudantes, comerciantes, além da polícia e governo para discutir a segurança no local. Além disso, a instituição pediu à Polícia Militar que priorize as rondas nas áreas próximas ao campus.
As medidas incluem também, segundo a nota, “a elaboração de um projeto arquitetônico para a construção de uma plataforma para acolher viaturas da polícia no canteiro central da Pinto de Aguiar”.
A assessoria da Ucsal informou ainda que disponibilizou a área de Psicologia da universidade para atender às vítimas e transporte gratuito para facilitar o registro do boletim de ocorrência.
ESTRATÉGIAS
Para tentar despistar os bandidos, os estudantes estão optando por andar em grupo, escondendo os objetos de valor e evitando ficar muito tempo expostos. “Eu não deixo mais celular na bolsa. Ele fica no caderno, e evito ir para o ponto de ônibus sozinha. Pego o primeiro ônibus que passar”, contou a estudante Fernanda Cruz.
Ainda segundo os universitários, a maior parte dos colegas espera pelo coletivo que faz a linha para a Estação da Lapa, que passa a cada 40 minutos. “Nesse espaço de tempo, a gente fica exposto. O ponto de ônibus é distante, então, não dá nem para correr. Eu pego carona até a Paralela para evitar ficar naquele ponto”, contou a aluna de Engenharia Civil Elaina Batista.
O estudante de Direito Alex Ferraz tem uma estratégia, no mínimo, curiosa para não ficar na vista dos bandidos que atuam próximo ao ponto de ônibus. Ele se esconde atrás de um poste, para falar ao celular e observar se vem a condução. “A demora do ônibus aumenta o risco”, pontuou.
Quem já foi vítima dos criminosos destaca que a sensação é de impotência. “Eu estava subindo no ônibus, na sexta-feira passada, quando eles (bandidos) chegaram. Eu vi quando todo mundo correu e invadiu o ônibus. Quando um carro se aproxima devagar, a gente fica assustado. É uma sensação horrível”, relatou a estudante de Fisioterapia Jéssica Lopes.
POLICIAMENTO
Durante as duas horas em que a reportagem esteve na frente da faculdade, nenhuma viatura passou pelo local. Por volta das 9h, uma unidade da Base Móvel da Polícia Militar foi colocada na entrada principal do prédio da universidade, de onde não é possível ver o ponto apontado pelos alunos como o preferido dos assaltantes.
A assessoria da Polícia Militar informou, em nota, que o policiamento na região é feito pela 39ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Boca do Rio), que realiza rondas com viaturas (carros e motos). Ainda conforme a assessoria da PM, uma Base Comunitária Móvel de Segurança é posicionada em local estratégico.
Já no turno da noite, diz a PM, uma viatura fica em ponto base na Avenida Pinto de Aguiar durante a Operação Visibilidade. “Além da parte operacional, reuniões constantes são realizadas entre a PM e a universidade com o objetivo de aprimorar o serviço de segurança prestado no entorno da faculdade”.
Segundo os estudantes, a montagem da base da PM nas proximidades da faculdade só ocorre quando a situação se agrava. “Quando acalma, vão embora”, disse uma aluna, que preferiu o anonimato.
“Eu já vi uma dupla de policiais fazendo ronda a pé, mas a avenida é muito grande. Quando eles se afastam, os ladrões fazem a festa”, afirmou um estudante de Fisioterapia, que também preferiu não se identificar.
A reportagem tentou contato com a 9ª Delegacia (Boca do Rio), que responde pela área, para saber o número de ocorrências de assalto registrado este ano e se há investigações sobre grupos organizados que atuam na Avenida Pinto de Aguiar, mas ninguém foi encontrado no local para comentar o assunto.
Unijorge: alunos apontam locais que bandidos mais atacam
A insegurança não é um problema apenas dos estudantes da Ucsal. Na área onde fica o Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), na Avenida Paralela, estudantes também reclamam dos assaltos e apontam dois pontos como os preferidos pelos bandidos: a passarela que atravessa a avenida e o estacionamento que funciona no alto da ladeira da Rua Artêmio Valente.
“Eu não falo ao celular depois que saio da faculdade e evito sair sozinha. Minha amiga foi assaltada duas vezes na mesma passarela. Às vezes, tem policiais por aqui, mas as notícias de assalto são frequentes”, contou a estudante Juliana Oliveira.
Comerciantes e moradores da região confirmaram que os assaltos não têm horário previsto. A Unijorge informou, em nota, que no estacionamento da Artêmio Valente, a entrada de veículos e pessoas é controlada por uma empresa de segurança especializada, e que existe circuito interno de monitoramento, bem como rádio de comunicação com a central de segurança.
Sobre a segurança da passarela que dá acesso ao campus, como é uma área pública, a Unijorge fez solicitação de reforço policial, a qual diz que tem sido atendida pela Polícia Militar.
Correio24horas

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