O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado nesta terça-feira (25), foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) para dar visibilidade à luta das mulheres negras, a partir do 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas ocorrido em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana.
O evento, que reuniu mais de 300 representantes de 32 países, foi um marco na denúncia de opressões e no debate de soluções na luta contra o racismo e o sexismo.
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“Quando fomos à República Dominicana e a Rede surge, em 1992, nós queríamos fortalecer as vozes das mulheres negras em todas as regiões e nos posicionar a nível mundial em relação a tudo que afeta a vida das mulheres e meninas Negras”, explica a coordenadora no Brasil da Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, Valdecir Nascimento.
Mas, aqui no Brasil, o dia 25 de julho ganha ainda mais força. Isso porque também é celebrado o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela foi um líder quilombola de destaque, que resistiu à escravidão durante duas décadas no século XVIII, lutando sempre pela comunidade negra e indígena que vivia sob sua liderança.
Ela foi uma líder do quilombo Quariterê e viveu no século XVIII. Depois da morte do companheiro José Piolho, Tereza se tornou a rainha do quilombo e através de sua liderança, todos resistiram à escravidão até 1770, quando o quilombo foi destruído pelas forças do governador da capitania do Mato Grosso, Luiz Pinto de Souza Coutinho. Parte da população, composta por 79 negros e 30 índios, foi assassinada e outra, aprisionada.
Não se tem registros de como Tereza morreu. Uma versão é que ela se suicidou depois de ser capturada por bandeirantes a mando da capitania do Mato Grosso, por volta de 1770, e outra afirma que Tereza foi assassinada e teve a cabeça exposta no centro do Quilombo.
Na prática, a data comemorativa brasileira só foi instituída por Dilma Rousseff no dia 2 de junho de 2014, através da Lei n° 12.987/2014. Antes desse marco, as entidades de representatividade já mantinham ações em marco ao dia em várias capitais do país
O que acontece em Salvador
A capital baiana recebe inúmeras ações e atividades ao longo de todo o mês de julho. Mas, neste dia 25, a Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver é o ato destaque. A ação terá concentração na Praça da Piedade a partir das 14h, com saída em direção à Praça Terreiro de Jesus. A atividade compõe a programação da 11ª edição do Julho das Pretas. Confira todos os detalhes aqui, juntamente com outras atividades previstas para o dia.
Redação iBahia
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