O Grupo Gay da Bahia (GGB) e Marcha Nacional das Vadias fizeram uma manifestação em frente ao ACBEU, no Corredor da Vitória. Com cartazes e faixas, o protesto foi realizado contra a agressão ao casal de namoradas Roberta Nascimento e Talita Andrade sofrida na última sexta-feira (1).
Talita participou da manifestação e contou ao site Dois Terços o motivo pelo qual a sua namorada, que recebeu um soco no olho, não pôde participar. "Ela está muita abalada. Ela não tem condições físicas e psicológicas para participar deste ato importante contra a violência sofrida por nós. Não convocamos ninguém para participar deste ato. As coisas aconteceram muito naturalmente a partir das redes sociais e mostra como as pessoas estão mais atentas", disse. Fechando uma das laterais da via, o protesto seguiu em direção ao Campo Grande, pedindo justiça e punição para o agressor. A manifestação foi convocada pelas redes sociais. "Pelo fim do machismo e da lesbofobia. As companheiras agredidas estão convocando um ato segunda-feira (4), às 16h, no Corredor da Vitória", diz o texto compartilhado nas redes sociais. Entenda o caso
O casal de namoradas Roberta Nascimento e Talita Andrade acusam um segurança do Teatro Acbeu de agressão na noite da última sexta (1). Elas acompanhavam o lançamento da exposição "Mutantes" quando, no fim da mostra, tentaram ir ao banheiro. Conforme alegam, o segurança tentou impedir o acesso delas ao sanitário, dizendo que o lugar estava "fechado" e que a exposição tinha acabado. Ainda assim, insistiram e foram seguidas pelo segurança. Agressivo, ele tentou mais uma vez impedir as jovens, quando um outro visitante da exposição percebeu o comportamento do funcionário e tentou refreá-lo. "Ele falou para o segurança nos deixar em paz e foi agredido", conta Talita, afirmando que tentou conter o segurança, que bateu nela. "Ele também agrediu Roberta e empurrou mais algumas meninas". Roberta recebeu um soco no olho, que ficou inchado e completamente roxo, e precisou ser atendida no Hospital Português. Neste sábado (2), ambas prestaram queixa na delegacia e fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML), além de tomar vacina antitetânica por causa dos ferimentos.
Ao CORREIO, Talita diz acreditar que a confusão foi motivada por homofobia. "Estávamos tranquilas na festa, dançando e nos beijando, como fazemos em muitos lugares", relata. "Nunca pensei que fôssemos passar por isso. Talvez no máximo uma agressão verbal, mas nada desse tipo". Ela afirma ainda que a própria negativa do segurança em deixar o casal ir ao banheiro pode ser interpretado como um sinal de que as ações foram motivadas por preconceito. "Nossas amigas pediram para ir ao banheiro e cinco minutos depois nós pedimos e ele não deixou. Não sou ingênua a ponto de não fazer essa ligação", disse. As jovens ainda alegam que o segurança desapareceu após o ocorrido e teria prestado queixa contra elas em uma delegacia, depois de rasgar a própria roupa e se autoflagelar. À TV Bahia, o Acbeu afirma que houve uma "agressão mútua" e que na segunda-feira (4) a diretoria do espaço irá se reunir para decidir como proceder em relação ao caso. A administração da galeria também salienta que pagou o tratamento de Roberta no hospital. O caso será investigado pela 14ª Delegacia Territorial (Barra). *Com informações do Correio 24h e do Giro de noticia Dois Terços
Roberta foi agredida pelo segurança do teatro Acbeu na última sexta (1). Foto: Reprodução |
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