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Essa é a imagem que todos querem ver se repetir no futebol |
Não, eles não são torcedores e talvez nunca saibam o seu significado mais puro. Eles não fazem ideia do quanto o futebol representa para uma nação e de como as projeções de um povo recaem sobre o esporte. E, principalmente, não são capazes de saborear duas das mais nobres emoções: a euforia pela vitória e a amargura provocada pela derrota. Um consolo é saber que eles são minoria. Mas em número suficiente para estragar um espetáculo. No domingo (25), mais de 32 mil pessoas assistiram à vitória do Rubro-negro sobre o rival Bahia, pela final do Campeonato Baiano, e estabeleceram um novo recorde de público em Pituaçu. O ambiente de festa terminou quando Wesley Oliveira Almeida, 15 anos, foi alvejado com um tiro na cabeça na saída do estádio. As primeiras informações dão conta de que Wesley faz parte da torcida organizada Bamor, do Bahia, e foi atigindo por integrantes da torcida Os Imbatíveis, organizada do Vitória. O garoto teria chegado consciente ao HGE, para onde foi levado às pressas. Apesar das declarações da imprensa, seu estado de saúde ainda é desconhecido. As medidas repreensivas da Polícia Militar, com todo o seu aparato, e outras autoridades não têm dado conta. Mas o problema é muito mais grave e foge ao controle. É comportamental. Os marginais travestidos de torcedores já vêm pré-determinados para o duelo, o confronto propriamente. Saem de suas casas armados, programados para atingir, agredir e até matar. Eles exteriorizam seus rancores e suas dores contidas e motivadas por outras razões. O jogo é apenas o bode-expiatório. Essa rivalidade pueril e burra nada tem a ver com a inerente ao esporte. Aquela que causa sentimentos opostos, que faz sorrir, que faz chorar, mas é honrosa. Que transforma o ser humano em adversário por apenas 90 minutos e sempre dá esperanças de dias melhores. Assim como Wesley, guardada as devidas proporções, o futebol também é a vítima.