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SALVADOR

Dezessete PMs são indiciados suspeitos de matarem Davi Fiúza

Jovem de 16 anos desapareceu no dia 24 de outubro durante uma operação da PM no bairro de São Cristovão

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Redação iBahia

07/08/2018 às 18:15 • Atualizada em 31/08/2022 às 14:41 - há XX semanas
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Dezessete policiais militares são indiciados pela Polícia Civil suspeitos de assassinarem o jovem Davi Fiúza, de 16 anos, que desapareceu no dia 24 de outubro de 2014 durante uma operação da PM no bairro de São Cristovão. As informações são do CORREIO e foram confirmadas ao veículo pelo advogado assistente da acusação junto ao Ministério Público Estadual (MP-BA).

Foto: Arquivo Pessoal/Rute Fiúza

Os policiais militares foram indiciados na semana passada por homicídio qualificado após o envio do inquérito do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ao MP-BA. De acordo com o CORREIO, somente na noite desta segunda (06), que o advogado foi informado do número de pms que irão responder ao processo.

O crime foi classificado como homicídio qualificado pois são crimes de ocultação de cadáver e concurso de agentes, que pode ser considerado que duas ou mais pessoas praticaram o ato ilícito.

Ainda segundo o CORREIO, no dia do desaparecimento do jovem, os pms realizaram uma operação final para obter o diploma de soldado. Na ocasião, os policiais abordaram e raptaram o adolescente na rua São Jorge, na localidade de Vila Verde.

Envolvidos no caso estão dois tenentes, dois sargentos e 13 soldados-alunos. Os nomes deles não foram divulgados pois o processo tramita em segredo de justiça. Para chegar a estes policiais, o DHPP analisou o GPS das viaturas, os sinais de celulares e o depoimento de testemunhas.

De acordo com o CORREIO, nesta terça-feira (07), a mãe de Davi, Rute Fiúza esteve na Anistia Internacional para pedir proteção. O assistente de acusação disse que a partir de agora é preciso aguardar a denúncia, ou não, dos policiais pelo MP-BA.

Relembre o caso
Davi Fiúza desapareceu no dia 24 de outubro de 2014. Por volta das 7h30, ele conversava com uma vizinha na Rua Vila Verde, no bairro de São Cristóvão, quando foi levado por um grupo de homens. Duas semanas depois, a mãe do adolescente, Rute Fiúza, divulgou o caso, acusando a policiais militares.

"Meu filho estava na rua, conversando com uma moradora, quando policiais da PM, Rondesp e Peto chegaram ao local", disse Rute. Segundo ela, o grupo dirigia dois carros descaracterizados, um Gol prata e um Sandero cinza. "Eles tiraram a camisa do meu filho, colocaram um capuz no rosto dele, e amarraram as mãos e os pés. Em seguida, colocaram Davi no porta-malas do Gol e foram embora", contou Rute.

Davi foi sequestrado dois dias antes do segundo turno das eleições. Durante o período eleitoral - cinco dias antes da votação e 48 horas após o seu fim - a prisão de qualquer eleitor só pode ser feita em flagrante. Os familiares de Davi deram queixa na Corregedoria da Polícia Militar. Ainda em 2014, a corregedoria passou o caso para a Polícia Civil, afirmando não ter encontrado indícios consistentes da participação de PMs.

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