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SALVADOR

Desempregado, cozinheiro fazia "bico" em obra por R$350

Renato Sousa Santos, de 42 anos, passou duas horas soterrado com os bombeiros tentando resgatá-lo, mas ele morreu no local

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22/03/2013 às 8:10 • Atualizada em 26/08/2022 às 23:04 - há XX semanas
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O cozinheiro Renato Sousa Santos, de 42 anos, tinha ótimas mãos na cozinha, mas, por estar desempregado, pegou um bico em uma construção irregular na Rua do Matadouro, em Águas Claras. Na manhã de ontem, enquanto escavava um buraco, uma viga da fundação da obra desabou sobre ele. Depois de duas horas com os bombeiros tentando resgatá-lo, Renato morreu no local. “Ele não tinha curso de pedreiro, mas entendia. Veio trabalhar e agora perco meu marido assim. Foram 18 anos unidos”, lamentou a esposa do cozinheiro, Jucilene Araújo, 41 anos.
Cozinheiro foi atingido por parte de laje que caiu sobre suas costas
Segundo o capitão Márcio Melo, que coordenou o trabalho dos bombeiros, a laje da construção estava sobrecarregada. “Tinha muito material em cima da própria construção e a laje era uma estrutura antiga. Uma parte da laje caiu sobre o ombro dele, imprensando contra uma segunda parte”, contou o capitão. Renato, que segundo a esposa recebia R$ 350 por semana, estava na obra com outros cinco operários, mas todos deixaram o local após o acidente. “Sumiu todo mundo. O que aconteceu foi irresponsabilidade do dono da obra e do pedreiro responsável. Colocaram meu irmão para escavar sem escoramento”, bradou Rildo Saraiva, irmão da vítima. A Superintendência de Uso e Ordenamento do Solo (Sucom) confirmou que a obra não tinha alvará. Segundo a assessoria do órgão, 200 obras irregulares já foram notificadas este ano. Segundo vizinhos da obra, a dona do imóvel, de prenome Marta, é proprietária de uma loja de confecções próxima. “Ela queria fazer um prédio comercial”, contou uma vizinha. “Ela (a proprietária) está em estado de desespero”, completou um homem que se disse irmão da dona do imóvel, mas pediu anonimato. Segundo a titular da 13ª Delegacia (Cajazeiras), Olveranda Oliveira, só a perícia pode apontar o que causou o desabamento. “Vamos instaurar um inquérito, juntar os laudos e ouvir as pessoas envolvidas”, disse. Matéria original do CorreioDesempregado, cozinheiro fazia "bico" em obra por R$350

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