O @seessarua_fosseminha preparou uma coisa que vocês sempre nos pedem: dicas aleatórias do que gostamos de fazer em Salcity e achadinhos que ainda não pintaram por aqui. O verão acabou, mas as opções do que fazer em Salvador, não.
Vamos nessa?
- AS DICAS DE LURI
1 - Restaurantes no Subúrbio: Pirão do Renato e Cheiro de Maré
Vou começar com uma confissão. Eu já tive o pensamento que tanto abomino hoje em dia: “o Subúrbio não deve ser legal, nem deve ter nada bom por lá”. Digo confissão porque só alteramos nossa rota de pensamento quando a gente reconhece o erro e tenta mudar. E eu percebi o tamanho da besteira que eu tava falando na minha primeira ida a Plataforma. Logo depois veio São Tomé de Paripe e aí lascou. O Subúrbio me pegou de jeito e hoje um dos meus grandes prazeres é descobrir lugares para comer por lá. O motivo? Comida farta, preço ótimo e locais e pessoas cheios de histórias pra contar. Prato cheio para uma redatora curiosa ;)
Leia também:
O @piraodorenato é um restaurante super simples que fica no Alto da Terezinha. O pirão é tão famoso que eu vi uma cena que nunca esqueci. Nos 3 andares do restaurante tinham pessoas estacionadas na escada esperando lugar pra sentar . A comida é boa demais, a vista é f*** e a conta é aquela coisa de comer e beber a perder de vista e pagar em média 30 dinheiros.
O @cheiroficial fica lá no São João do Cabrito. Nesse dia tava todo mundo esfomeado e pensamos “bora pedir uma entradinha e depois o almoço”. As entradas foram tão fartas que não sobrou pança pra mais nada. E olha que eu não brinco em serviço kkkk
Que tal sair do eixo Pituba-Barra no próximo almoço de sábado e dar uma chance ao Subúrbio?
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
2 - Memorial Casa do Rio Vermelho
Eu fiquei emocionada a primeira vez que vi a máquina de Jorge Amado lá na @casadoriovermelho. E estou emocionada de novo porque é muito difícil escrever sobre o melhor escritor. Chega a ser covardia. Também é muito difícil falar sobre Zélia, uma super mulher que eu aprendi a admirar muito além dos livros.
Já que é difícil escrever, convido vocês a sentirem a Casa do Rio Vermelho, carinhosamente conhecida como a Casa de Jorge e Zélia. Cheia de objetos pessoais, livros, cartas de amor e muita história, andando pela casa é possível respirar um pouco da atmosfera deliciosa que existe sobre ela. Jorge e Zélia moraram ali por 40 anos e vão continuar morando para sempre: suas cinzas estão guardadinhas embaixo de dois banquinhos projetados por Lina Bo Bardi.
No meu último aniversário, fui surpreendida com o “Guia de Ruas e Mistérios”, de Jorge. E já na primeira página eu jurei que ele tava falando comigo quando escreveu: “um dia vieste de passagem conhecer minha cidade, ficaste para sempre”. Ah, mas que boba eu sou, claro que não era comigo, era com Zélia, porque aí ele continuou: “Aqui neste jardim onde cresceram nossos filhos e crescem nossos netos, entre as árvores que plantamos, tomo de tua mão de namorada e te proclamo Zélia, doce companheira, única e sem comparação”.
O jardim, as árvores e toda essa história linda podem ser conhecidos lá na casa. E eu super indico uma das visitas guiadas que tem duas vezes por dia. Quem tiver sem grana, aproveite a quarta que é de graça.
3 - Gabinete Português de Leitura
Eu tenho uma lista chamada “pequenos desejos soteropolitanos”, com lugares aleatórios que quero ir. Um deles era o Gabinete Português de Leitura, um prédio bonitão de mil novecentos e bolinha que fica ali na Piedade.
A brincadeira começa de verdade logo na entrada. Sabe aqueles pisos lindos que a gente fica desejando ter em casa? O de lá é de chorar! Porque sonhar com porcelanato é para os fracos, né?
Aí tem uma escadinha e lá em cima um vitral tão hipnotizador que a gente sai “trupicando” degrau acima. E quando você pensa que já viu de tudo, vem a biblioteca e esfrega assim na sua cara mais de 25 mil livros - VINTEECINCOMIL. Tem livro raro, antigo, único, empoeirado (amo!), de todo jeito. Recomendo muito esse passeio ao @gabineteleiturassa. Vá, se perca entre os livros e esqueça do tempo. Eu mesma fui educadamente convidada a me retirar por motivos de “desculpe, mas já estamos fechando, senhora” hahaha
Não sei vocês, mas já gostei muito de brusinha. Hoje eu gosto mesmo é de lanches e de livros . Não necessariamente nessa ordem ;)
4 - Restaurante La Celestrina
Se tem uma coisa que me impressiona em Salvador é a quantidade de chefs que já trabalharam nos restaurantes mais chiquetosos da cidade e depois decidiram levar essa gastronomia sofisticada para as comunidades onde moram. Só isso já me deixa com vontade de conhecer um por um.
O da vez foi o La Celestrina, que fica no bairro de Tancredo Neves. Lugar simples, ruazinhas estreitas e de repente uma casinha toda vermelha sem placa te chama a atenção. Pronto, você chegou no restaurante de Osmar, ex-chef do La Figa que já passou pelo Bella Napoli e Mistura e vai te fazer provar risotos, carpaccios, fettuccines, pappardelles e todas essas comidas cheias de t’s e c’s sem precisar deixar um rim na hora de pagar a conta.
No @la_celestrina nada é metido à besta, nem o nome. Celestrina era o nome da avó do chef. Como o restaurante é na casa dele, dá pra fazer pratos sofisticados cobrando bem mais barato.
Eu recomendo fazer reserva ou chegar cedo, porque o lugar é muito disputado. Mas vai valer cada real pago no final das contas. Quer dizer, da conta. ⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
5 - Feira de São Joaquim
Já fui duas vezes na Feira de São Joaquim, mas sempre escapo pela lateral e vou direto pra seu Jacó bater um feijão e tomar uma (senão não seria eu). Feira que é bom, nada! Ou seja, fui sem nunca ter ido.
Dessa vez eu fui de fato e parti para o passeio sozinha mais cheio de companhias que eu já tive. É muuuita gente num mesmo lugar, é ovo, é tecido africano, é pastel de um real, corda de caranguejo, “com licença madame que o carro da banana tá passando”, frutas que eu nunca vi, trabalhadores que estão lá há mais de 40 anos, cuscuzeiros, panelas, barbearia (!), raízes que trazem a pessoa amada em 3 dias, vista linda pra Baía de Todos-os-Santos, ou seja, um x-tudo soteropolitano.
Fui de coração aberto, sem preconceitos, e apesar da feira ainda precisar de muitas melhorias, foi bom conhecer um pouco mais sobre a Bahia num lugar onde as barracas são passadas pelas gerações das famílias e a permanência delas se torna resistência. Salvador na veia, sem recortes, um mergulho profundo sem máscara de oxigênio (nem sequer snorkel) nas nossas raízes.
Dei risada, me perdi entre as vielas, garrei amizade com os feirantes, respondi várias vezes “eu sou daqui de Salvador mesmo, moço”, corri de um pato, dei muxoxo com cantada escrota, enfim, EU VIVI. E recomendo que você viva também. “Ei, rasta, posso tirar uma foto sua? É que eu tô fazendo um trabalho e...” “PODE”. Direto, reto. É Salvador sem arrudeio, como só ela sabe ser.
- AS DICAS DE IVE
1 - Brechó Sarastro
Sempre gostei de imaginar e criar universos. Deve ser por isso que adoro peruca, fantasia, figurino, roupa de brechó. Não brechó com roupa furada e botão faltando. Eu curto mesmo aqueles que te transportam pra outro tempo/espaço com história e personalidade.
A minha primeira dica é uma visita ao @sarastrobrecho. No primeiro andar tem roupas mais casuais, mas é só descer a escadinha que a mágica acontece. São roupas, chapéus, brincos, sapatos e até vestido de noiva de outras décadas, combinados com móveis, papéis de parede, lustres, tudo dá uma bossa ao clima retrô do lugar.
Não sou muito de comprar em brechó, mas quero fazer esse exercício cada vez mais porque sei que brechó é moda, mas vai muito além. Brechó também é sobre sustentabilidade. Já tem tanta roupa no mundo, por que a gente não pode poupar os recursos naturais, (já que a indústria têxtil é a que mais polui no mundo) dando uma nova finalidade e de quebra renovar a energia do que já existe?
2 - B-Vegan!
Não sou vegetariana, não sou vegana, mas adoro conhecer coisas novas, tudo que tem propósito e faz a gente pensar um pouquinho. Fiquei surpresa quando fui ao @bvegan.gastronomia e desde então sou cliente assídua.
Sei que muita gente tem preconceito com comida vegana, acha meio sem graça e tal... Mas garanto que o sanduíche do B Vegan é uma delícia! Como tô ligada que vocês adoram um lanche, vou logo dar o caminho das pedras... o meu preferido é o de falafel com pão de orégano, e pode pedir o suco também que tá sempre fresquinho e saboroso! E tem mais, eu duvido alguém sentir falta de ovo na maionese de erva deles!
O B-Vegan! me conquistou também pela campanha de redução de descartáveis e pela maneira descontraída, sem catequização chata, como abordam que a gente não precisa de animais pra se alimentar bem.
Resumo: O lugar é limpinho, massa pra um lanche despretensioso e o melhor: o hambúrguer custa R$ 18, bem mais em conta que esses de mais de R$ 35 que a gente vê por aí.
3 - ABOCA Centro de Artes
Pra mim, ir pro @abocacentrodeartes, no Santo Antônio Além do Carmo, é o melhor programa de quarta-feira na cidade. Aboca é uma mistura de centro de artes com bar com o “pior atendimento do mundo”, segundo Vinicius, o proprietário. E olha que nem é tão ruim assim, tem tanto lugar bizarro aqui em Salvador! E, vou te contar, tudo vale a pena quando você come a pizza de lá, com massa artesanal, uma delicinha!
Além do lugar diferentão, é uma night animadíssima com poesia, improviso e a performance incrível de Portella Açúcar (sim, do Cortejo Afro!), que canta salsa, samba e ritmos latinos. Todo mundo dança, canta e derrama suor! Ai, que gostoso!
A entrada custa R$ 20 e a festa começa às 20h, o que é ótimo pra quem gosta de dormir cedo, como eu. Apois, anote na agenda e vá, quem sabe a gente não se bate por lá? =]
4 - Samba do Vai Kem Ké
Festa de novo? Sim, porque é disso que eu gosto. E se é samba que vocês querem, eu mando! Mando logo um de altíssima qualidade, o @vai_kem_ke samba mesmo, daqueles de samba de roda com direito a roda de samba. Começou em agosto do ano passado, mas já tem lugar cativo no meu coração!
É que, além da festa animadíssima, eles têm o propósito lindo de resgatar o legítimo samba da Bahia. Não faltam sambas de caboclo, cirandas e cantigas de domínio popular.
Tradicionalmente, a roda gira na Casa do Maestro, na Federação e os microfones ficam abertos para quem quiser chegar e manter o astral lá em cima, do jeito que encontrou quando chegou na casa, como dá pra ver nessas fotos lindas de Marcelo Delfino!
5 - Tirolesa
Eu não sei se essa é a vista mais bonita de Salvador, mas é a minha preferida. Estudei em Ondina dos 2 aos 24 anos, e a panorâmica do Morro do Cristo para o Farol da Barra volta e meia estava entre os meus caminhos. Fui me apaixonando sem nem me dar conta, é brega mas é verdade! Amo a vista do por do sol e o acender das luzes no começo da noite, amo o anúncio de toró quando vejo vindo, lá de longe, as nuvens cinzas carregadas e amo muito quando o sinal fecha e posso apreciar com calma, da janela, o mar aparecendo por entre os coqueiros.
Por isso quis descer a @tirolesasalvador, mesmo que eu morra de medo de altura.
Fui me tremendo toda, superei meu medo e desci, tudo pela paisagem do meu coração. E quer saber? Curti a vibe.
A real é que a descida não faz medo, são 20 segundos de brisa gostosa no rosto. Foi mágico curtir o visual de um local do coração por um novo ângulo!
Serviços
Pirão do Renato
Rua Balneário de Escada, 6E - Alto da Terezinha
98294 5724
Todos os dias, exceto terça
A partir das 12h
Cheiro de Maré
Rua dos Ferroviários, 10E - São João do Cabrito
Sexta, sábado e domingo
A partir das 11h
Na sexta, só a partir das 18h
Memorial Casa do Rio Vermelho
Rua Alagoinhas, 33 - Rio Vermelho
Terça a domingo, das 10h às 17h
Entrada R$20 a inteira
Quarta entrada gratuita
Gabinete Português de Leitura
Praça da Piedade - 2 de Julho
Segunda a sexta, das 8h às 17h
Entrada gratuita
Restaurante La Celestrina
Avenida São Paulo,73 - Tancredo Neves
3306 8325
Terça a quinta das 18h às 23h
Sexta a domingo das 12h às 23h
Feira de São Joaquim
Av. Engenheiro Oscar Pontes - Calçada
Todos os dias a partir das 6h
Sarastro Brechó
Rua Belmonte, 118 - Rio Vermelho
3011-8751
Segunda a sexta, das 9h às 17h30
Sábado das 9h às 12h
B-Vegan!
Rua Dias D'Ávila, 109 - Barra
3022-2450
Terça a domingo, das 16h às 22h
Aboca Centro de Cultura
Rua dos Marchantes, 12 - Santo Antônio Além do Carmo
93348893
Sempre às quartas, a partir das 19h
Entrada R$20
Samba Vai Kem Ké
Casa do Maestro - Rua Mestre Pastinha, 365 - Federação
Entrada R$20
Próximo samba: 14/04
Tirolesa Salvador
Morro do Cristo - Barra
Todos os dias, das 10h às 19h
Entrada R$20
Veja também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!