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O corpo do músico Paulo César Perrone, ex-baterista da Estakazero, foi sepultado na tarde deste sábado (28) no cemitério Jardim da Saudade. Familiares e amigos se despediram do músico, que foi baleado em 2011 durante uma 'saidinha bancária' e nunca se recuperou. Perrone morreu na madrugada deste sábado no Hospital das Clínicas, depois de sofrer uma parada cardíaca. Em conversa com o Correio24horas, a irmã do músico, Lidiane Roriz, disse que Perrone foi internado na noite de sexta-feira (27) na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital das Clínicas. "Ele deixou o Espanhol no dia 6 de dezembro, mas contraiu outra infecção respiratória e começou a apresentar complicações ontem, com dificuldades para respirar", relata. "Conseguimos uma vaga [no hospital], mas ele teve uma parada cardíaca por volta das 2h e os médicos não conseguiram reanimá-lo". Lidiane ainda falou um pouco sobre a situação da família do músico - especificamente sobre a mãe dele, Lúcia Roriz, que cuidava de Perrone e acompanhava de perto o tratamento desde que o baterista foi baleado. "Ela está péssima. Todos nós morávamos juntos, então sempre fomos muito próximos, mas ela está pior, claro. Não há nada que se compare a dor que ela está sentindo", conta Lidiane. "Não é natural uma mãe ter que enterrar o próprio filho".
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A banda Estakazero divulgou uma nota de pesar na manhã deste sábado (28), na qual pede que o governo encare a tragédia de Perrone como uma inspiração do trabalho da melhora da segurança pública na Bahia. Leia abaixo:
"Nota de Pesar Foi com muita tristeza que a família Estakazero recebeu na manhã de hoje a notícia do falecimento do nosso baterista Paulo Perrone. O músico sempre foi parceiro e companheiro de todos, um rapaz que tinha uma vida pela frente que foi tirada pela violência que assola Salvador. Perrone lutou bravamente pela sobrevivência, mas Deus escolheu o descanso para ele. Nós da Estakazero sofremos e lamentamos muito com a triste notícia. Pedimos aos órgãos públicos responsáveis pela segurança em Salvador, que a violência sofrida por Perrone sirva de exemplo para que novos casos como este não se repitam com tanta frequência na cidade. Que a tristeza e revolta que a gente e os parentes e amigos do músico estamos sentindo não sejam comuns nas famílias baianas. Desejamos que Deus abrande os corações de todos que estão, como a gente, abatidos com a partida de Perrone. Família Estakazero"Relembre o caso Perrone foi baleado na cabeça, em julho de 2011, quando passava com o seu carro, um Fiat Uno, na Alameda das Espatódeas, no Caminho das Árvores. Vítima de uma saidinha bancária, ele foi abordado por dois homens em uma moto que efetuaram o disparo mesmo com o movimento intenso na via. No dia 14 de agosto do mesmo ano, os três homens foram acusados de latrocínio (roubo seguido de lesão corporal grave) e condenados a pena máxima de 30 anos de reclusão, mas ficarão presos por 20 anos, já que tiveram suas sentenças reduzidas em um terço. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), os três assaltantes, Leonardo Bruno dos Santos Santana, Clécio de Sousa Alves e Luiz Claudio Dacttes Magalhães, ainda não demonstraram interesse nas atividades e projetos que reduzem pena, o que é comum para presos recentes.
Matéria original Correio 24h: Corpo do músico Paulo César Perrone é sepultado no Jardim da Saudade