A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça homenageia nesta segunda-feira (5), o militante e perseguido pelo regime militar Carlos Marighella (1911-1969). A expectativa dos organizadores do evento é que a solenidade seja marcada por um pedido oficial de desculpas do Estado do Brasil ao ex-guerrilheiro que era considerado o principal inimigo dos militares. Um dos principais guerrilheiros que lutaram contra o autoritarismo no país, Marighella completaria 100 anos nesta segunda-feira. A cerimônia será em Salvador onde nasceu o guerrilheiro e vivem seus filhos e parentes. Em homenagem ao ex-guerrilheiro, será inaugurado o Pró-Memorial Marighella Vive, que reúne um acervo sobre ele com fotografias, documentos e seus escritos. A solenidade contará com as presenças do governador da Bahia, Jaques Wagner, e do secretário executivo da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ramaís de Castro. Estudante de engenharia, Marighella escrevia poesias e, nas aulas e provas, respondia às questões em verso. Também escreveu vários textos combativos nesse formato. Em 1969, ano em que morreu, escreveu o Minimanual do Guerrilheiro Urbano, destinado a servir de orientação, como ele dizia. Em 1996, o Ministério da Justiça reconheceu a responsabilidade do Estado pela morte do guerrilheiro. Em 2008, o governo federal decidiu que a companheira dele, Clara Charf, receberia pensão vitalícia. Nesta terça-feira (6), o Conselho Estadual de Cultura da Bahia marcou o julgamento de 16 processos referentes ao período da ditadura. O julgamento envolve 15 baianos e o paulista Mario Barbate. Os documentos sobre Marighella serão doados para o memorial criado em sua homenagem.
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