À beira-mar, o imóvel cercado por uma muralha preta chama a atenção na orla de Amaralina. Sequer há letreiro que identifique o estabelecimento. Há alguns meses ainda existia a inscrição Dream Girl. Batemos à porta ontem, no final da tarde, e nada. “Aí só abre 19h, moço”, informou uma moradora do prédio ao lado. Ela diz que o local não traz muito problema para quem reside ali. “Em dois anos aqui, só ouvi duas discussões, as meninas falando alto, um princípio de briga. Às vezes, deixam garrafas de cerveja aí pelo passeio. Mas nada além disso. Se fosse um bar comum, talvez nos desse mais problemas”, avaliou a moradora. Um vizinho concordou. “Nunca incomodaram em nada quem mora aqui. No máximo, vi uma das meninas uma vez chamar um morador para participar da festa”, citou. Na Pituba, uma das mais famosas casas noturnas de strip tease da cidade, a Eros Club, funciona no local há 16 anos. Mais uma vez, batemos à porta e nada.
As meninas estão recolhidas para trabalhar mais tarde. Aí só abre 22h”, informou um segurança, a postos na Rua Goiás. Conseguimos conversar por telefone com o proprietário da Eros. Ele diz que não tem receio de o estabelecimento ser fechado porque funciona com alvará de danceteria. “A prefeitura nunca nos incomodou. Trabalhamos com segurança na porta, temos uma boa relação com a polícia e não há queixas dos vizinhos”, garantiu Ivan Moraes. “As meninas que frequentam a casa ficam lá dentro e não do lado de fora”, destacou Ivan. Pode até não haver reclamações dos moradores da Pituba, mas há quem se mostre insatisfeito com a presença da Eros ali. “A Rua Minas Gerais (transversal) está decadente há muito tempo. É claro que um estabelecimento como esse só ajuda nessa decadência”, acredita um morador, que preferiu não se identificar. “Mas aqui o problema maior é a droga, o crack”, concluiu. Vereador defende restrição para casas de strip tease O vereador Cláudio Tinoco, que denunciou o Café Hot, diz que pretende propor emendas ao novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), a ser votado na Câmara ainda este semestre, a fim de restringir áreas onde não podem funcionar boates de erotismo. “Não tenho dúvidas de que o PDDU pode tornar explícita a proibição deste tipo de atividade comercial na orla. É uma coisa pela qual vamos lutar”. Atualmente, qualquer estabelecimento que quiser ter autorização para funcionar na cidade precisa ser analisado pela Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (Louos) vigente, que é de 1984. “Teria que verificar para ver se a Louos permite ou não a atividade”, explicou o secretário municipal do Urbanismo, Sílvio Pinheiro. Uma nova Louos está em fase final de elaboração.
Boate Eros Club, que apresenta shows de strip tease na orla da Pituba (Foto: Almiro Lopes/CORREIO) |
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