Uma bebê teve o braço quebrado, no dia 16 de março, durante o parto na maternidade Albert Sabin, localizada no bairro de Cajazeiras, em Salvador. O que chama atenção é que dois dias antes uma outra criança teve a clavícula fraturada na mesma unidade.
Tudo começou no dia 15 de março, quando a mãe Fabiana Almeida deu entrada na unidade. Arthur Almeida Pereira nasceu nas primeiras horas de quinta (16). O menino nasceu saudável, com 3,5 kg e 50 centímetros.
Mas, segundo informações do pai da criança, Lucas Pereira, a equipe médica comunicou que foi necessário a execução de uma manobra no parto e que isso resultou na quebra do braço do pequeno.
"Minha sogra visualizou na mesma da hora e disse: 'Olha, quebrou o braço da criança'. Aí a médica fingiu que se sentiu mal e parou o parto. Ela foi para a sala de UTI com a criança e ninguém me disse nada", contou Lucas Pereira.
Na sexta-feira (17), Arthur Pereira recebeu alta médica, mas os familiares do bebê ficaram receosos de levarem o recém-nascido para casa, porque segundo eles, não foi entregue um documento que comprovasse a orientação referente ao braço quebrado. Além disso, o bebê tem chorado bastante de dor.
Segundo caso
O parto de Maísa aconteceu no dia 14 de março, dois dias antes de Arthur nascer. Segundo o pai da menina, Geraldo, não houve suporte do hospital.
"No momento de retirar a criança, eles fraturaram a clavícula da minha filha e não deram nenhum suporte", desabafou em entrevista à TV Bahia
Nesta terça-feira (21), a criança recebeu um cartão do Sistema Único de Saúde e terá uma consulta com um ortopedista. A família não informou quando a consulta será feita, nem qual é o estado de saúde da criança.
O que dizem as fontes oficiais
O diretor técnico da maternidade, o médico Zilton Castro, confirmou o caso e afirmou que fraturas podem ocorrer em partos mais complicados. No caso do bebê Arthur, por exemplo, o cordão umbilical estava enrolado no pescoço do menino.
"As fraturas, principalmente as de clavículas, pela literatura médica e pela obstetrícia clínica, elas são inerentes ao procedimento [parto]. Então, infelizmente, elas podem ocorrer nos partos toco traumáticos, que são partos mais laboriosos", explicou à TV Bahia.
Em relação ao caso de Arthur, por meio de nota, o Hospital do Subúrbio informou que os pais da criança foram recebidos na unidade de saúde no dia 16 de março. Durante a avaliação de um ortopedista pediátrico, foi realizado exame de imagem e uma imobilização adequada ao caso do bebê. O hospital informou também que o pai do bebê recebeu orientação de modo presencial e que foi agendado o retorno para avaliação do paciente. A unidade de saúde assegura que houve "compromisso e profissionalismo de sua equipe assistencial, que ofereceu ao paciente todos os cuidados necessários".
Também procurada para comentar o assunto, pelo g1, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que não fornece o estado de saúde ou quaisquer outras informações de pacientes da rede de assistência estadual, em cumprimento a determinação do Conselho Federal de Medicina (CFM). Segundo a entidade, essa medida resguarda o paciente e equipe profissional e tem amparo no Código de Ética Médica. O respaldo dessa medida de não divulgação também está na Lei de Acesso à Informação, norma que garante 100 anos de sigilo para informações pessoais relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem.
Sobre as especialidades médicas ofertadas em uma maternidade, a secretaria afirmou que não é habitual a contratação de ortopedistas em um local em que as especialidade não é o ortotrauma. Conforme a Sesab, a equipe médica e o serviço social estão disponíveis para prestar esclarecimentos aos familiares, que têm acesso aos prontuários.
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Redação iBahia
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