Ator baiano preso pela PF por pornografia infantil é denunciado

O ator baiano, de 32 anos, acusado de participar da rede de troca de arquivos contendo pornografia infantil na Operação realizada pela Polícia Federal do Rio Grande do Sul, entre 12 de dezembro de 2011 e 24 de fevereiro de 2012, foi denunciado pelo Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA). A operação da PF identificou 97 usuários estrangeiros e 63 brasileiros. O ator baiano foi preso no dia 26 de junho em Salvador, flagrado compartilhando as imagens ilícitas, em sua casa, no momento em que a polícia estava cumprindo do mandado de busca e apreensão. O acusado confessou que participava de rede de troca de arquivos contendo pornografia infantil, chamada "Gigatribe". A denúncia, de autoria do procurador da República André Luiz Batista Neves, foi ajuizada nesta terça-feira (17). Na denúncia, o MPF requer a condenação do réu às penas previstas no artigo 241-A e 241-B, do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069/90, combinado com o artigo 71, do Código Penal. O ator, que não teve o nome divulgado, teve a identificação do seu endereço de IP rastreado no dia 10 de janeiro. No dia da prisão, a perícia constatou que os arquivos ilícitos estavam sendo compartilhados, naquele exato momento, diretamente do computador instalado no quarto dele. Segundo o MPF, ele revelou que armazenava e trocava, através da rede 'Gigatribe', imagens e vídeos contendo nudez de crianças e adolescentes e que os distribuía em troca de outros. O acusado está preso no Presídio de Salvador. A assessoria do MPF-BA informou que o caso corre em segredo de justiça e, por conta disso, o nome do acusado não será divulgado até a conclusão do processo. Operação DirtyNetTrinta e duas pessoas, uma delas na Bahia, foram presas no dia 28 de junho em uma operação contra compartilhamento de pornografia infantil na internet organizada pela Polícia Federal. O radialista e humorista cearence Mução foi preso pela PF, no lugar do irmão. Batizada de DirtyNet, a operação aconteceu em 11 estados e no Distrito Federal. Ao todo, a PF identificou 160 pessoas que participavam do esquema, 97 delas morando no exterior, em 34 países. No Brasil, foram identificadas 63 pessoas ligadas ao caso. Ao todo, foram cumpridos 50 mandados de busca de HDs, computadores, mídias, pendrives, câmeras e filmadoras. As prisões foram nos seguintes estados: Rio Grande do Sul (5), Paraná (3), São Paulo (9), Rio de Janeiro (5), Espírito Santo (1), Ceará (1), Minas Gerais (5), Bahia (1) e Maranhão (2). Segundo a PF, os suspeitos são todos homens de diferentes idades, profissões e classes sociais. Eles vão responder pelos artigos 241A e 241B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que proíbem oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar, divulgar, fotografar, adquirir, possuir ou armazenas fotos, imagens, vídeos ou qualquer arquivo com cenas de sexo explícito ou pornografia envolvendo criança ou adolescente. A pena prevista é de até 6 anos de prisão. Cenas "repugnantes"A chefe da Delegacia de Defesa Institucional da PF do Rio Grande do Sul, responsável por coordenar a investigação, disse que o material encontrado é "repugnante". Segundo o Terra, até imagens com abuso sexual a bebês foram localizadas. "Como eles usavam o anonimato em uma rede privada de compartilhamento, a sensação de estarem seguros pode ter estimulado as formas mais agressivas de pornografia infantil. Ficamos muito chocados com o tipo de imagens que estavam trafegando. É o que eu já vi de pior", disse. Foram seis meses de investigação. Além de fotos de crianças e adolescentes nuas, há vídeos de adultos fazendo sexo com crianças e também de menores fazendo sexo entre si. Entre os casos, há também denúncia de pais que estupraram os filhos, assassinato e até mesmo canibalismo. "Existem alguns indícios, flagrados em conversas na rede, de lesão corporal cometida contra crianças no meio de fantasias sexuais macabras, inclusive com extração de pedaços e relatos abomináveis", disse ainda a delegada. O material apreendido será analisado para que se possa identificar outros crimes cometidos pelos suspeitos e também as possíveis vítimas. Para desmantelar a rede internacional de pornografia infantil, o Brasil conta também com a ajuda dos outros países envolvidos, que segundo a PF já foram alertados através da polícia internacional (Interpol). Matéria original do CorreioAtor baiano preso pela PF por pornografia infantil na internet é denunciado pelo MPF