Após lançar uma versão rosa do acarajé, a empresária Drica Cerqueira, proprietária do "Acarajé da Drica", recebeu críticas da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (ABAM).
Em entrevista ao iBahia, Rita Santos, diretora da ABAM, explicou que as modificações feitas no quitute desvalorizam a tradição e os costumes. "Nós, o estado da Bahia, o maior em número de pessoas negras, temos que valorizar o que é nosso, dos pretos, porque vamos dar ibope para Barbie?", afirmou.
Leia também:
"Essa baiana não pode ser chamada de baiana, ela é uma vendedora. Ela não valoriza a nossa tradição, o nosso costume. Hoje ela vende bolinho de feijão e amanhã pode vender outra coisa. Os brancos não valorizam o que é nosso, porque vamos valorizar o que é deles?", finalizou.
A versão do acarajé foi feito em homenagem ao filme "Barbie", inspirado na famosa boneca norte-americana, que estreia nos cinemas na próxima quinta-feira (20), o valor do quitute fica entre R$8 e R$15. O assunto viralizou na web e chegou a ser divulgado em publicação no perfil da Prefeitura de Salvador. Entretanto, por conta da quantidade de comentários negativos dos internautas, a publicação foi excluída.
Em print feito pelo iBahia é possível ver alguns comentários de internautas. "Não venham mexer no nosso acarajé. Tenha santa paciência", escreveu um perfil. "Nós não queremos graça no nosso acarajé", disse outro.
Para tranquilizar os seguidores, Drica garantiu o sabor do bolinho de feijão não foi modificado. "Gente o sabor é o mesmo, somente algumas gotas de anilina rosa para tonalizar, eu homenagear a personagem #Barbie não existe mudar tradição. Todas as empresas fazendo também!!! Por que não o acarajé?", disse nos comentários da publicação da Prefeitura.
O que diz a criadora do acarajé rosa
Em entrevista ao iBahia, Drica Cerqueira falou sobre a polêmica em torno da nova versão do quitute e afirmou ter se tratado de um desafio proposto pelos próprios clientes.
"A ideia veio devido ao filme que será lançado. Como várias empresas fizeram, os clientes perguntaram e deu certo. É uma brincadeira pelo estreia do filme. Só vamos fazer essa semana", explicou.
Sobre as críticas da ABAM, Drica afirmou não se importar já que sempre foi motivo de polêmicas envolvendo o quitute. Ela foi a criadora da barca de acarajés: "Eu não ligo, são pessoas infelizes. Não altera nada em sabor. Eu sou uma comerciante do acarajé. É o nosso sustento. Tudo que eu faço gera polêmica e eu estou sempre pensando na qualidade".
Por fim, a empresária reforçou que a mudança na cor não alterou a receita original. "De forma nenhuma afeta às tradições. Eu gosto de inovar. Sempre prezo pela qualidade e em como levar meu produto até eles (clientes)", finalizou.
Lucas Mascarenhas
Lucas Mascarenhas
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!