Mais alguém aqui se amarra em listinha? A gente aqui no @seessarua_fosseminha adora! Aí, quando o tema é verão, Salvador e comida dão num amor que nem cabe no peito (e no estômago)! Pois preparem os blocos de notas do celular e separem essas diquinhas para curtir o verão na city.
O vinagrete de polvo com rabo de tatu de Jô da Bahia
Essa delícia cremosa vem direto de São Caetano e ganhou nossos pânceps. O vinagrete é uma entradinha super refrescante servida junto com cones crocantes que tem o maravilhoso nome de rabo de tatu, que Jô prepara e frita na hora. Pensem num CROC CROC delicioso.
@jodabahia já foi vencedor do Comida di Buteco e é sempre mencionado na Revista Veja Comer e Beber. De onde vem tanto talento? Da misericórdia divina, migles, porque ele é autodidata.
Seu restaurante tem só 5 mesas e Jô faz tudo quase sempre sozinho no seu fogão de 4 bocas, que fica num elevado de onde ele vê todo mundo enquanto prepara a comida. Aí ao menor levantar de cabeça seu, ele lasca logo: “vai mais uma cervejinha aí?” Como não amar?
O peixe frito do Cantinho da Jô
O peixe frito de dona Jô é dessas comidinhas que não podem faltar no verão.
Primeiro porque é fresquinho e crocante e vem com uma farofinha marota e um vinagrete com gostinho de alho que pelamor!
Segundo porque o @cantdajo fica na Vila Brandão, um dos passeios que a gente mais indica aqui no bloguinho. Você pode começar pelo Mirante da Mansão Wildberger, que tem uma vista sem educação pra Baía de Todos-os-Santos, pra só então descer pra vila.
Terceiro porque dá pra fazer passeio de barquinho, é só descer até o final da comunidade, onde fica o píer. Ali tem banho de mar delícia, e o barquinho te traz uma visão “do lado de dentro” da Baía. Uma lindeza!
O Recanto da Jô fica numa das vielas da @vilabrandaoo e é bem simples, tem escadaria estreita, cozinha bem pequena e uma vista linda pro mar. Cheguem na paz de Jah, porque rola uma espera por lugar e pelos pratos. Mas é só pedir a Dai, a garçonete-fada-perfeita-que-nunca-errou, uma Heineken bem gelada, que fica tudo bem.
A ostra da Academia Baiana da Ostra
Qualquer comida do mar deixa a gente feliz, e não precisa ser bonita que nem essa, não. Quer dizer, como beleza é relativo, e ostra não é um alimento dos mais apreciados, muita gente não deve achar ela tão gatinha assim. Pois a gente achou linda, e com preço ótimo. Na @academiabaianadaostra uma dúzia crua custa R$25.
Pra comer o marisco fresquinho (artigo raro em Salvador) é só chegar no primeiro box do Mercado do Peixe, em Água de Meninos. Tem ostra de qualidade, cerveja geladíssima e várias cachaças.
Reginaldo, o dono do box, compra as ostras do Quilombo Kaonge, que fica perto de Cachoeira. Ou seja, você come bem, a preço justo e ainda ajuda a economia familiar. Outro artigo raríssimo que dá pra encontrar lá é a vieira (R$15 a unidade, gratinada). Essa, Reginaldo encomenda de um pescador que não conta nem sob tortura em que lugar da Baía de Todos-os-Santos ele encontra o marisco. Certo ele!
Se você não é do time da ostra nem da vieira, pode comprar camarão, peixe, caranguejo, siri e aratu frescos em outros boxes do Mercado do Peixe e levar pra Academia da Ostra. Eles fazem na hora e cobram entre R$15 e R$20 pelo preparo. Fruto do mar feito na hora, tem comida de verão melhor e mais feliz?
O waffle de pão de queijo da Casa Castanho
Imagine um lugar pequenininho, charmoso e que serve só café da manhã e brunch. Foi num desses sábados de preguiça que a gente acorda 10h que conhecemos essa delícia da @casa.castanho, que chega quentinha na mesa e você pode comer com manteiga, Nutella ou ricota. Custa 18 dinheiros.
A casinha é uma varanda charmosa que fica numa das travessas do Rio Vermelho e é o sonho realizado de duas mulheres que decidiram empreender pra aproveitar mais tempo com a família.
A escolha pelas comidinhas matutinas tem um motivo especial: Catarina tem uma relação afetiva com essa refeição. Era quando na infância ela tinha a mesa cheia de comida e gente da família. Aí veio Cris, com muitos sonhos e vontade de fazer e pronto! Nasceu o brunch mais gostoso de Salva.
Além do waffle, as bandejas que vem com suco, café, sanduíche, tostada, bolo (experimente o de rapadura) e brownie fazem o maior sucesso por lá. Se sobrar barriga kkkk peça também um diamante de limão pra arrematar.
A feijoada de Dona Nalva
Já comeu feijoada feita em panela de barro e aquecida em carvão? A gente se arrisca a dizer que essa deve ser a única da cidade. Vocês conhecem outras?
Dona Nalva começa a preparar o feijão à 1h da manhã de sábado e o rango é servido a partir de 6h, pra aliviar a larica da pós-noitada. “É tão bom que vem gente de Valéria comer meu feijão. Tem sábados que quando dá 10h não tem mais nada!”, jura Dona Nalva.
Mas você pensa que acabou? Acabou é nada! Depois da feijoada, entra em cena o churrasco de Dona Nalva, e aí tem mais expediente até às 23h de sábado.
Pra conhecer as iguarias de @nalvadochurrasco é só chegar na Vila Soares, bem em frente às Casas Bahia da Baixa dos Sapateiros. Ela vai lhe receber cheia de sorrisos e histórias de quem serve feijoada há mais de 10 anos e mora há 40 no mesmo local, uma rua que parece a Vila do Chaves :) .
O PF custa R$15 e o executivo pra dois ou três, R$25. Todo sábado ela tá lá, firme e forte.
A moqueca de camarão do Cantinho da Daniela
Sem placa, escondidinho, com mesas de plástico, forros de flores, talheres e pratos bem simples. É assim que você vai encontrar o Cantinho da Daniela, que fica bem no início da Ladeira da Água Brusca, perto do Mercado do Peixe, lá em Água de Meninos.
A recepção é feita por seu Baú, esse simpaticão aí da foto que escolhe todos os mariscos frescos lá no mercado usando suas habilidades de ex-pescador. Ele adora uma prosa e já te recebe contando suas muitas histórias. Uma das que ele mais gosta, é de quando o restaurante participou do Panela de Bairro, um orgulho danado pra ele, pra galera de lá que dá um duro danado e pro @cantinhodadaniela.
A gente já comeu pra porra lá, mas nosso prato preferido é sempre a moqueca de camarão, que tá na nossa lista de moquecas top das galáxias. Vale muito a pena experimentar.
De resto, é só chegar nas manhas de sempre. Peça aquela cervejinha gelada e um tira-gosto (a gente indica o peixe frito e o camarão empanado) até esperar a moqueca sair fumegante da cozinha. Pra sua sorte, ela é daquele jeito que a gente adora: bem servida e no precinho.
O brioche do Bola Verde
A gente foi no Bola Verde pra comer brioche e pão de coco. A ideia era indicar pra você delícias pra comer a qualquer hora do dia. Mas seu Antônio Carlos, dono do @bolaverdeoficial, engatou uma prosa deliciosa sobre a padaria. Contou que foi funcionário dos espanhóis que montaram o estabelecimento nos anos 1960, mostrou o registro de empregado do balcão, lembrou e se confundiu com todos os tantos lugares que trabalhou e administrou pela cidade toda até receber uma ligação dos ex-patrões espanhóis, em 1998, querendo vender a padaria pra ele.
E quanto mais conversa, mais comida! “Vocês não podem deixar de experimentar o bolo de abacaxi, o de nata, o pão delícia...” e era tudo delicioso. O lanche virou um café da manhã colonial, com direito a visita às instalações internas. Daí, a gente entendeu que tudo é realmente especial porque Seu Antônio testa as receita à exaustão, só usa manteiga e farinha especial, a farinha integral tinha até grãos.
Foi massa conhecer o processo de fabricação e ver o trabalho que dá fazer aquilo tudo, como os fornos são enormes; a batedeira, então! Saímos com sacolinhas cheias de bolo, manteiga, sonho, língua de sogra, pãozinho e mais um monte de coisas.
O Bola Verde fica no Dois de Julho, já salvou muitos cafés da manhã pós-balada e aquele buraco no estômago depois de bater perna na Avenida Sete.
A picanha de carne do sol do Mercosul do Gama
Você senta numa mesinha simples de plástico que fica embaixo de uma amendoeira, pede 1, 2, 3, 4, 5 Heineken... até que meia hora depois chega um espeto de picanha do sol, acompanhando de uma porção gigante de aipim na manteiga, farofa, feijão, arroz e vinagrete.
No Mercosul do Gama a fartura é certa, e tem esse charme da carne chegar ainda no espeto. Segundo Iuri, o garçom que aparece na foto, é ele quem recebe as picanhas argentinas e as transforma em picanhas de carne do sol. Como? Salgando a carne e mantendo o processo em segredo, que ele não é besta kkkkk
O @mercosul_do_gama fica num das travessas do Rio Vermelho e até dois anos atrás era comandado pelo fundador, seu Gama, que manteve o restaurante por 23 anos. Depois que ele faleceu, é o filho quem toma conta de tudo e divide várias histórias com você, como a dos preços do cardápio que na época do pai eram quebrados e a galera de divertia. Em algum outro lugar você já comeu um queijo coalho por 15 reais e 72 centavos? (o preço é fictício, só pra exemplificar a maluquice gostosa de seu Gama).
Hoje não tem mais valor quebrado, mas o preço continua famoso. Toda essa comida aí que serviu muito bem 3 pessoas, custou 90 dinheiros. E ainda rolou uma marmitinha de aipim pra comer mais tarde. A gente também não é besta, né?
Os Mexilhões do Bar Cervantes
O @barcervantes é uma homenagem à Galícia, região do Norte da Espanha, mas a gente achou que os mexilhões se adaptaram muito bem, obrigada, ao verão de Salvador. Fresquinhos, os do Cervantes vêm com molho de tomate igualzinho ao original da gringa.
Na real, é um prato simples, simplíssimo: molho de tomate e pimentão, mexilhões e um pãozinho pra molhar. Tudo feito por mãos espanholas que sabem a importância de escolher bem os ingredientes e colocar cada um deles na medida certa.
O Cervantes é nosso xodó, já foi botecão e hoje é uma taverna tradicional com tudo que tem direito: fotos da Galícia, mesas na rua, cerveja espanhola, muitos frutos do mar e televisão passando vídeos sobre a Espanha. Comida boa, sem luxo e preço ok.
As fritas com cogumelos do Boteco do Helder
Alô vegetarianos e veganos, acharam mesmo que a gente esqueceria de vocês? Nossa última comidinha de verão é um mix de fritas bem sequinhas com cogumelos super temperados. Mistura boa que agrada inclusive os não-veg. A gente come em mesas na rua, lá no 2 de Julho. É o centrão pulsando e mais vivo do que nunca!
O @botecodohelder é um espaço negro no centro da cidade criado para compartilhar afeto e potencializar a autoestima negra. “Ter um boteco negro significa que aqui nossa comunidade será bem-vinda, que nossa equipe não será racista com você e que o cliente que for racista não será atendido. O boteco é sobre proteger os nossos”.
O bar também já ajudou na arrecadação de brinquedos e promove financiamentos colaborativos para que pessoas negras realizem sonhos. Foi assim que eles conseguiram, por exemplo, ajudar a custear um intercâmbio. É quando metade do lucro da cerveja vai direto para esses projetos, que eles deram o nome de #cervejasesonhos.
Corre lá e depois corre cá pra contar pra gente como foi. Mas a gente já garante logo: vai ser lindo.
CONFIRA O QUEM SOMOS DA SE ESSA RUA FOSSE MINHA
SERVIÇOS
Jô da Bahia
Rua Francisco Góes Calmon, 50 - São Caetano
Cantinho da Jô
Vila Brandão - Descendo em frente à Igreja da Vitória
Academia Baiana da Ostra
Ladeira da Água Brusca - Mercado do Peixe
Casa Castanho
Rua Alexandere de Gusmão, 57 - Rio Vermelho
Dona Nalva
Vila Soares - Baixa dos Sapateiros (em frente às Casas Bahia)
Cantinho da Daniela
Ladeira da Água Brusca, 102 - Santo Antônio Além do Carmo
Bola Verde
Largo do 2 de Julho
Mercosul do Gama
Rua Arquibaldo Baleeiro, 176 - Rio Vermelho
Cervantes
Rua Forte de São Pedro, 64 - Campo Grande
Boteco do Hélder
Rua Democrata, 1 - 2 de Julho
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Redação iBahia
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