Da Cidade Baixa para o mundo, Cleidson se tornou referência de baianidade e empoderamento nas redes sociais e tem conquistado novos espaços. O sucesso online foi convertido em campanhas para grandes marcas nacionais e internacionais, além de outros trabalhos importantes para a carreira do influenciador.
Um crescimento que casa muito bem com a liberdade que o baiano, mais conhecido na web como "Baby", carrega desde a adolescência. Ele ainda tinha 16 anos quando se identificou gay pela primeira vez, e já decidiu que não iria aceitar o preconceito calado.
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"Eu lembro que quando eu consegui falar abertamente para mim que eu era gay foi em 2008, que eu tive uma briga com meu pai, e ele falou: 'Se você é gay, não fale comigo'. Foi quando eu entendi mesmo que eu era gay e que não precisava passar por algumas coisas", disse.
Empoderamento contra preconceito
Durante entrevista ao iBahia, para a reportagem desta semana da editoria Preta Bahia, em homenagem ao mês do Orgulho LGBTQIAPN+, Cleidson relembrou outros episódios do passado.
"Eu lembro que na época da escola tinha o 'vai, viado', só que era uma época em que eu estava muito para frente. Então, quando gritavam, eu dizia: 'Tô indo'". Cleidson
O posicionamento firme e a autoestima característicos do baiano são ressaltados por ele como receita para lidar com o problema e resinificar os ataques em autoafirmação. "Se eu fosse retraído e abaixasse a cabeça, eu não seria essa bixona que eu sou hoje em dia. É muito bom ser bixona, é muito bom ser livre".
"Olhares a gente vai ter sempre na rua, até mesmo de uma pessoa mais próxima, que fala de uma roupa, do seu jeito de andar". Cleidson
O apoio da família
Hoje, em uma boa relação com todos da família, incluindo o pai, Baby tem recebido influência do apoio e da torcida dos familiares. Um refúgio construído ao longo dos últimos anos. "Hoje eu sou super tranquilo com meu pai. Ele vê tudo meu no Instagram e é muito orgulhoso de tudo", contou.
"O problema não é minha família. Ainda bem que eles não têm problemas comigo, porque, se tivessem, seria só deles o problema. Eu acho muito bonito isso, porque eles me respeitam, falam que minha maquiagem é bonita". Cleidson
Inclusive, foi da família que Cleidson herdou o amor-próprio e tem levado o ensinamento também para os seguidores. "Tem esse lugar que é pesado, mas a autoestima chega quebrando tudo. Hoje, que eu trabalho na internet, eu percebo muito que eu tenho a autoestima elevada e que eu levo isso para as pessoas".
Tudo sem deixar espaço para interpretações erradas sobre si. "Eu sempre falo: 'Por mais que eu use maquiagem e vista roupas ditas femininas, eu sou gay, sou bixa, sou homem'".
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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