Depois estrear em novela, dando vida a uma nova versão do icônico Jupará, em "Renascer", Evaldo Macarrão ganhou ainda mais visibilidade. De Salvador para o Brasil, o baiano conquistou um público fiel, que ainda sente falta da atuação dele 20 dias depois do início da 2ª fase da novela.
"Já se passaram 3 semanas e as pessoas ainda estão falando: 'Cadê Jupará?'. Isso é muito bom. Isso é a certeza de que eu estou no caminho certo", celebrou o artista.
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Nascido e criado no bairro de Cosme de Farias, Evaldo Macarrão teve contato com o teatro ainda na adolescência. Foi no Centro de Referência Integral de Adolescentes (CRIA), que inicia jovens na arte, que o amor surgiu.
Mas, no início, o baiano via o momento como uma oportunidade de ajudar a família, com a bolsa que recebia na época.
Evaldo é filho de um sambista, descrito por ele como um homem muito religioso, e uma mulher batalhadora, que ia das diárias na faxina à jornada de baiana de acarajé. Uma família humilde, onde toda ajuda era bem-vinda.
Foi dos pais que o baiano tirou exemplo de uma consciência que nem tinha ainda. Algo construído nos caminhos da formação como ator e pedagogo, que foi transformado em ferramenta do trabalho dele.
"Eu sempre me apeguei muito à forma digna que minha mãe dava às coisas no seu trabalho, na sua existência, na sua movimentação enquanto mulher negra, baiana de acarajé, diarista, vendedora do Carnaval", disse.
"Eu coloco dignidade no meu trabalho. Eu faço com muito cuidado. Estudo, me dedico, me aprofundo. E aí, por isso, eu digo: 'Não, as pessoas vão gostar, vão se identificar. Ou não. Vão falar alguma coisa, vão me dar um retorno'", completou.
Dedicação que rendeu passagens por projetos importantes no Multishow, na Netflix, e na TV Globo, onde estrelou o "Zorra".
Em entrevista ao iBahia, para a reportagem desta semana da editoria Preta Bahia, Evaldo exaltou a representatividade que tem exercido na arte, sobretudo depois de "Renascer", em horário nobre. Uma conquista que ele classifica como coletiva.
"O meu propósito de enfrentamento e combate à violência que me persegue tá dando certo. Eu não estou só representando. Eu estou convocando meus irmãos e minhas irmãs a ocupar".
Algo que Gésio Amadeu também fez quando viveu o personagem na primeira versão da novela, em 1993. Foi em respeito a isso que Evaldo Macarrão decidiu não copiar o ancestral. O Jupará de 2024 foi inédito, com base na essência do baiano.
"Eu não fui assistir a primeira versão, porque, quando eu vi que era seu Gésio Amadeu que tinha feito, eu disse: 'Velho, se eu pelejo enquanto homem preto para estar nesses espaços, lá em 90, esse cara que fez isso e fez tanta coisa deve ter pelejado muito. E ainda assim foi luz e abriu portas. Ele não merece ser copiado. Ele merece ser enaltecido'", falou.
"Eu não quis assistir, para pensar na minha arte de recriação desse personagem com meu corpo, minha linguagem... meu jeito e saudar ele, meu povo, toda essa gente que está contente com o meu trabalho", pontuou.
Ao portal, Evaldo Macarrão contou ainda a história complicada por trás da escolha do nome de trabalho, falou sobre a passagem no "Zorra" e a relação com o público e comentou a amizade com Humberto Carrão (José Inocêncio na novela), que nasceu durante as gravações de "Renascer".
Assista a reportagem completa abaixo:
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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