O ator Sulivã Bispo é o convidado do especial “Essa é a Nossa Conversa”, do Conversa Preta, desta semana. O episódio foi ao nesta quinta-feira (23) e está disponível na Globoplay. Confira aqui
Durante entrevista ao apresentador Lucas Almeida, o baiano falou sobre a retomada do setor artístico após o período mais crítico da pandemia de Covid-19, e se classificou como firme e sonhador com o processo.
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"Depois dessa pandemia, eu ando firme e forte, e ainda mais sonhador. Depois de ter passado por tantos tempos sem esperança, a gente voltou a ter esperança de novo. E eu, enquanto artista, voltei a trazer ainda mais o meu ofício para o povo, para o público. E, além de satisfazer os meus desejos, eu busco também conscientizar. Então, eu acredito que firme e sonhador me definem nesse momento".
Sulivã também refletiu sobre o momento atual da carreira, diante do sucesso de personagens como Mainha, que teve história transformada em filme recentemente, e de Koanza, que tem arrastado multidões aos teatros enquanto também faz sucesso nas redes sociais.
"Para mim é muito especial estar vivendo esse momento da minha carreira. A minha formação acadêmica é em licenciatura em teatro e eu sou também um professor apaixonado pela sala de aula. Mas a carreira artística me pegou, eis a minha missão. Eu sempre brinco que eu queria ser ator de drama, porque quem chora ganha mais. Mas estava no meu destino, estava no meu caminho, fazer sorrir, e conscientizar através do riso. Através dos meus dons, dos meus talentos", contou.
Na conversa, o artista ainda falou sobre o processo de criação das personas e da relação que o trabalho tem com a vida pessoal dele, incluindo a religião.
"Eu, como menino de candomblé, acredito que esse riso preto, que essa consciência preta, está dentro de mim. Então, todo personagem que eu faço é como um orixá. Eu incorporo, porque não está dentro de mim, eu manifesto. Esses personas trazem também a minha essência. São as minhas memórias, as formas como eu vejo as minhas mães, as minhas matriarcas, o jeito que eu observo o cotidiano. Então, trazer esses personagens e estar aí trazendo representatividade, colocando eles em cena, contando a minha história, é algo muito bonito, porque a gente sabe que é muito difícil ser artista nesse país, e ser artista preto é ainda mais difícil. Então, quando eu sonho, eu não sonho sozinho. Eu tenho a bênção de minha mãe, de minha bisa, de todo o navio negreiro", refletiu.
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Redação iBahia
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