O cozinheiro João Diamante foi o convidado desta quinta-feira (9) do especial “Essa é a Nossa Conversa”, do Conversa Preta. A entrevista, que foi conduzida pelo apresentador Lucas Almeida, foi publicada na Globoplay e está disponível na plataforma. Confira aqui
Durante a participação, o baiano, que foi criado no Rio de Janeiro, relembrou a mudança difícil para o estado e o crescimento após fazer parte de projetos sociais.
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Por meio da gastronomia, João é responsável por vários projetos que também ajudam a mudar a realidade de outros jovens negros de comunidade. Recentemente, foi eleito um dos jovens mais influentes até os 30 anos pela Forbes.
"Eu tive todo esse case de no Brasil não ser um sucesso, mas também tive por outro lado as oportunidades. Não tem eu quis ser cozinheiro, eu escolhi ser cozinheiro, não. Foi uma oportunidade que apareceu na minha vida e eu peguei e estou aqui até agora"
Segundo João, a mãe deixou o bairro de Nova Brasília, em Salvador, para a capital carioca de carona em um caminhão, e lutou para garantir a educação dele e do irmão na cidade. Na época, os dois eram crianças. Emocionado, João falou comemorou ter conseguido proporcionar o retorno da mãe para a capital baiana recentemente.
"Minha mãe pobre, nordestina, favelada também. Morou muito tempo na favela. Mora até hoje. E não tinha essa condição de ficar vindo a Bahia. Ela foi para o Rio de Janeiro de carona no caminhão. E o contato era mais telefone. Minha mãe contava muitas histórias daqui. E eu tive a oportunidade de voltar quando eu tinha 23 anos, e comecei a fazer todo esse resgate cultural e familiar"
O baiano ressaltou ainda que nunca perdeu a proximidade que a terra natal, e citou a importância disso. "Não é uma relação presencial, mas é uma relação de alma. Essa coisa de você ter o pertencimento, saber de onde você veio. Se você não sabe de onde você veio, você não sabe onde você está e não sabe para onde você quer ir. Então, eu sempre tive essa relação de alma".
Ao longo da formação, João participou de mais de 20 projetos sociais dentro da comunidade onde morava no Rio de Janeiro. Ele conta que tinha sonhos simples e que aprendeu que poderia alcançar coisas maiores.
"O sonho do João Diamante era de poder comprar uma casa dentro da comunidade e ganhar um salário de R$ 1.200, que era um salário mínimo da época. Esse era o meu sonho. Isso é dignidade. Uma salário mínimo para sobreviver e um teto. Pessoas que vem da onde eu venho não tem isso. Então, eu sempre fui em busca disso. E, através desse sonho mínimo, os outros foram acontecendo e eu fui abraçando".
Na entrevista, o baiano ainda citou a importância do que ele representa para outros jovens como ele. "Hoje, a importância que tem um João Diamante dentro de uma sociedade racista, que é o Brasil, mas, sobretudo, a gente precisa ter a noção de que o Brasil é racista para que essa realidade mude. Para você conseguir evoluir, você precisa entender que errou. O Brasil como um todo precisa entender que errou".
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Redação iBahia
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