O professor, ativista da luta antirracista, intelectual e pesquisador negro, Kabengele Munanga recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), nesta terça-feira (8), durante uma sessão solene do Conselho Universitário (CONSUNI).
A cerimônia foi realizada durante a tarde no Auditório do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), Campus Cachoeira/São Félix. Participaram do ato, representantes da instituição, alunos e outros integrantes do Conselho. Tudo foi transmitido on-line.
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De acordo com a instituição, o reconhecimento é conferido a personalidades eminentes, nacionais ou estrangeiras, não pertencentes ao quadro de servidores efetivos da UFRB, que tenham se distinguido pelo saber e/ou pela atuação em prol das ciências, das artes, da filosofia, das letras, das culturas, do desenvolvimento e entendimento dos povos, cuja contribuição seja ou tenha sido de alta relevância para o país ou humanidade.
Kabengele Munanga é a sexta personalidade de relevantes serviços prestados à sociedade que receberá a honraria, concedida pela UFRB. A proposta de homenagem partiu do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologia Aplicada (CECULT) e destacou como mérito a trajetória pessoal e profissional pela sua contribuição aos estudos e divulgação da cultura pan-africana na Bahia, no Brasil e, também, em países africanos e no mundo.
Em maio deste ano, o cantor, compositor e pesquisador da ancestralidade baiana musical pan-africana, Mateus Aleluia também recebeu o mesmo título.
Kabengele Munanga
Educador, brasileiro-congolês, pesquisador de estudos negros e afro-brasileiros, nas áreas de antropologia, direito, artes, sociologia, filosofia e das relações étnico-raciais no Brasil, Kabengele foi um dos protagonistas intelectuais no debate nacional em defesa das cotas e tem contribuição direta na consolidação das políticas públicas de promoção da equidade racial para o povo negro brasileiro.
Ele teve atuação direta nos movimentos que desembocaram na conquista coletiva da aprovação da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de história e cultura Afro-Brasileira na educação básica, ressaltando a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira.
O professor é reconhecido pelo trabalho desempenhado em inúmeras instituições, desenvolvido ao longo de seis décadas de labor, dedicação e docência, somando mais de 150 publicações de livros, capítulos e artigos científicos, que se tornaram referência em todo o mundo, como exemplo a obra "Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra".
Kabengele Munanga tem uma longa relação com a UFRB. Participou de várias atividades, seminários, como o Fórum 20 de novembro, conferências e aula inaugural. A formalização, contudo, ocorreu entre os anos de 2014 e 2019, período no qual atuou como professor visitante sênior e como colaborador nos programas de mestrado em Ciências Sociais e em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas da UFRB.
Presente de todas as formas na consolidação desses programas de pós-graduação, o professor contribuiu como titular de disciplinas, palestrante, conferencista, orientou e coorientou pesquisas, sugeriu e promoveu contribuições fundamentais nos projetos pedagógicos dos cursos e dialogou com a comunidade acadêmica e o público geral do Recôncavo.
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Redação iBahia
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