Tradições culturais são ferramentas importantes para a manutenção da história de um local. Passadas de geração para geração, elas compõem a estrutura de uma comunidade, além de transmitir os valores sociais de determinado grupo. O samba de lata de Tijuaçu, distrito de Senhor do Bonfim, no Sertão da Bahia, é um exemplo deste tipo de herança.
Esta tradição remonta o passado da comunidade, que foi fundada por três mulheres negras escravizadas que fugiram de uma senzala no Recôncavo Baiano. Segundo a memória local, as três mulheres pararam para descansar à beira de um pequeno lago e começaram a viver no local.
Leia também:
Entretanto, a região passou por uma forte seca por volta de 1932 e a comunidade, que àquela altura já tinha crescido, precisou se locomover por muitos quilômetros para conseguir água. Nessas caminhadas, o povo, que carregava latas vazias para enchê-las com água, caminhava enquanto cantava e batucava. Essa manifestação cultural foi uma das formas que a população local encontrou para se manterem unidos e esperançosos em meio à seca, a escassez de alimento e ao abandono social e institucional.
A produtora cultural Adriana Santana e a historiadora Kerollen Hagnys contam no episódio "O Samba de Lata de Tijuaçu", do podcast Calumbi, a origem da tradição e detalhes de como ela se mantém até hoje. Para isso, elas convidaram moradoras de Tijuaçu para falar sobre como o símbolo de Mariinha Rodrigues, única fundadora cujo nome resistiu ao passar do tempo, é essencial para a manutenção do samba e da história local. Ouça o episódio completo abaixo:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!