"Me matan, Limón!", dizia Pablo Escobar, interpretado por Wagner Moura, há dois anos, quando seu personagem na série "Narcos", da Netflix, era morto (Limón era um comparsa, que acabou igualmente assassinado pela polícia) após uma longa caçada. No décimo episódio da segunda temporada, que foi disponibilizada em setembro de 2016, o ator baiano se despedia do personagem, que atraiu muita atenção no Brasil e no mundo latino - e algumas caras feias por seu español com sotaque de Salvador.
A série que tem o brasileiro José Padilha na equipe (atualmente creditado como produtor executivo) ainda teve uma temporada na Colômbia - quando o foco mudou do cartel de Medellín, enfraquecido após a morte de Escobar, em 1993, para as quadrilhas de Cali - e, em 2018, ganhou até um sobrenome: "Narcos:México", transferindo-se para o país da América do Norte e sua guerra particular contra as drogas. A trama mostra a saga de Félix Gallardo (o ator mexicano Diego Luna, de "E sua mãe também"), traficante mexicano de maconha e sua ascensão ao posto de principal articulador do transporte de drogas de seu país para os Estados Unidos, e seu antagonista, o policial americano Kiki Camarena (Michael Peña, de "Crash"), da DEA, agência dos EUA de combate às drogas.
O reaparecimento de Pablo Escobar não é uma concessão de "Narcos" às séries de zumbis, como "The walking dead", ou aos filmes de outro profissional de origem mexicana, Robert Rodríguez, de "Um drink no inferno". Em sua mudança de país, a série volta no tempo (ou mesmo passa a ser um spin-off da original), dos anos 1990 para uma década antes. Depois de estabelecer uma espécie de sindicato das drogas com bandidos de várias regiões do México a partir de Guadalajara, Gallardo decide diversificar o produto: da maconha sin semilla (sem semente) que plantava na região de Sinaloa, ele resolve oferecer aos traficantes colombianos um corredor para transportar cocaína para os EUA. Primeiro, procura o Cartel de Cali, e, em seguida, reúne-se com Pablo Escobar. É quando Wagner e seu bigode voltam às telas.
Na cena, no episódio 5 da primeira temporada de "Narcos:México", chamado "A conexão colombiana", Gallardo vai à propriedade de Escobar, que tem um lago, e ouve urros na água.
- Hipopótamos - diz Escobar (que mantinha animais exóticos em sua fortaleza), ao chegar. - Parecem simpáticos e fofinhos, mas podem rasgar um homem ao meio.
Após uma negociação tensa, o colombiano (que confessa não ser fã de mexicanos) fecha negócio com Gallardo, que, após o martelo batido, pergunta, provocador:
- Você ia mesmo me jogar para os hipopótamos?
- Não - responde Pablo, sempre sério. - Eles também não gostam de mexicanos.
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Redação iBahia
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