Quando os trabalhos começarem na Câmara Municipal, em 2017, a cidade vai finalmente conhecer melhor os 15 novos ocupantes das cadeiras da Casa – de 43 vereadores, esse será o número de novatos. Nessas eleições, o índice de renovação chegou a 35%. Mas, enquanto 2017 não chega, o CORREIO preparou uma lista com perfis dos 15 recém-chegados – que incluem cinco que já tiveram mandato em momentos anteriores. Enquanto isso, os outros dez são os calouros de verdade, que caminham para iniciar seu primeiro mandato.
É o caso da estudante Marcelle Moraes (PV), a mulher mais votada (3ª colocada no geral), além de ser a mais jovem eleita, com 24 anos. Irmã do deputado estadual Marcell Moraes (PV), Marcelle é, assim como ele, apoiadora da causa animal.
Estudante de Odontologia, a jovem está na ONG Grupo Ecológico Amigos da Onça (Geamo) há oito anos. Há sete, preside a entidade. Apesar da atuação, a decisão de entrar para a política e se lançar candidata veio só há um ano. “Sempre acompanho muito da política devido à atuação do meu irmão, mas sou protetora de animais”, disse.
Aos 24 anos, Marcelle Moraes será a vereadora mais jovem da Câmara de Salvador |
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Se em casa a mais nova de três irmãos cuida dos vira-latas Bug, Itacaré, Di e Luiza, na casa legislativa promete trabalhar por todos os animais da cidade. “A gente já tem alguns projetos em mente. Temos a criação do Castramóvel, trazer outra Samuvet (ambulância) e propor um hospital público veterinário”.
Mais mulheres
A mudança na Câmara atingiu bastante a bancada feminina – que passou de cinco para oito parlamentares. Ainda assim, são apenas 20% das cadeiras. Mas isso não desanima a também estreante Lorena Brandão (PSC). Aos 43 anos, é difícil apontar sua principal ocupação: advogada, coach integral sistêmico, especialista em Teologia, professora universitária, bispa da Igreja Batista do Caminho das Árvores. Lorena não precisaria que adicionássemos essa última informação, mas vale a curiosidade: é filha do famoso pastor Átila Brandão.
Para ela, contudo, não há dúvidas de qual seja seu principal cargo na vida: ser “esposa de Sérgio Portella, mãe de Gabrielle há 17 anos e de Rafael há 11”. “Em primeiro lugar no meu currículo, sou esposa e mãe. As outras coisas que faço são nas horas extras”, brincou ela, que terá como uma das bandeiras estruturar a Defensoria Pública no âmbito do município.
Outra mulher e novata é a radialista Ireuda Silva (PRB). Coordenadora de estúdio da TV Iurd, foi convidada à política por conta do trabalho social que desenvolve na Igreja Universal. Ireuda é divorciada e tem quatro filhos, incluindo um casal de gêmeos de 21 anos, e diz que a votação expressiva foi uma surpresa. “Me senti honrada, amada pela população”, comentou.
Ireuda só se incomoda com uma coisa: que digam que ela é pastora. “Sou radialista de profissão, sou coordenadora na TV, mas não sou pastora. Sou cristã, sim, mas não pastora”, reforçou.
Na cola do prefeito
Além do aumento da bancada feminina, a nova Câmara refletiu a reeleição de ACM Neto (DEM). A base do prefeito, que hoje é de 30 vereadores, passará a ser de 32. Entre os 15 que vão chegar em 2017, 12 são pró-Neto. Um deles é o advogado Alexandre Aleluia (DEM). Filho do deputado federal José Carlos Aleluia (DEM), ele passou um tempo na iniciativa privada, mas diz que a política está em sua vida desde os 6 anos.
Na cola do prefeito reeleito, sobre quem atribui o sucesso eleitoral ao fato de estar “tocando a cidade, fazendo política de gestão moderna e misturando juventude e experiência”, diz que pretende trazer o projeto Escola Sem Partido para ser discutido na Casa. “É um projeto de lei que combate a doutrinação ideológica nas escolas e procura não vedar a participação da família”, adiantou.
Experiência prévia
Outro estreante, Felipe Lucas (PMDB) chegou a trabalhar na prefeitura recentemente, entre 2013 a junho deste ano. Na função de chefe de gabinete da Secretaria de Infraestrutura (Sindec), foi um dos responsáveis por projetos como o Morar Melhor, que promove intervenções em residências de bairros populares, e do Casa Legal, que concede títulos de moradia.
Com 56 bairros em sua lista de atuação, diz que precisou ser convencido a disputar uma vaga na Câmara. “Esse contato com a comunidade me seduziu e fez pensar”, contou ele, que acabou com as dúvidas após conversas com o ministro Geddel Vieira Lima e o deputado federal Lúcio Vieira Lima, irmãos que comandam o PMDB baiano.
Na Câmara, pretende focar em projetos sobre esporte. Hoje é um dos apoiadores do projeto Boa Luta, que dá aulas de jiu-jitsu gratuitas para jovens na Boca do Rio. “É o esporte como ferramenta de inclusão social.”
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Redação iBahia
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