Os casos de varíola dos macacos têm aumentado exponencialmente no Brasil e no mundo. Somente na Bahia, são 101 registros confirmados até esta quarta-feira (14), sendo a maioria deles em Salvador. Altamente contagiosa, a doença tem como principal característica as lesões que surgem na pele. Elas, porém, podem ser confundidas com outras situações, dificultando o diagnóstico, como explicam as médicas dermatologistas Camila Sampaio e Fernanda Ventin.
“Do ponto de vista clínico, essas lesões lembram herpes, varicela, foliculite e até mesmo uma afta. Para fechar um diagnóstico é preciso que o paciente realize um exame laboratorial. Essa tem sido a grande dificuldade da varíola dos macacos para nós médicos. Pode ser realmente difícil confirmar com exames laboratoriais ", explica Camila Ribeiro.
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Segundo as especialistas, que são sócias da Clínica InDerm, para identificar as características é importante alertar que o diagnóstico deve ser feito por um médico e não por conta própria. Porém, é comum que as lesões sigam etapas sequenciais como:
• Região fica avermelhada;
• Surgimento de uma lesão elevada;
• Formação de líquido dentro, com uma bolha de pus amarelado dentro;
• Umbilicação na lesão (depressão no meio);
• Desenvolvimento de uma crosta;
• Crosta cai e forma cicatriz.
“Geralmente, as pessoas têm de 5 a 10 lesões, principalmente no rosto, tronco, braços e pernas. Isso é o mais frequente. Após esses sinais citados, as lesões deixam de ser contagiosas. No entanto, pacientes imunossuprimidos, crianças e idosos podem apresentar uma quantidade maior de feridas”, afirma Fernanda Ventin.
Uma forma importante para evitar confusões da varíola dos macacos com outras doenças é observar o desenvolvimento de outros sintomas. Um deles é o aparecimento de ínguas, que são protuberâncias ocasionadas pelo aumento dos gânglios linfáticos.
O desenvolvimento de febre e mal-estar também são sintomas recorrentes nestes casos, que não necessariamente se repetem em outras complicações. Outro ponto, por exemplo, é identificar se a pessoa teve contato próximo com alguém infectado pelo vírus.
“A principal forma de transmissão é o contato próximo com lesões na pele, secreções respiratórias ou objetos pessoais contaminados, por exemplo, roupas de cama e banho”, afirma Fernanda Ventin.
Para que haja a transmissão da varíola dos macacos por partículas respiratórias, é preciso que exista um contato pessoal prolongado. Por isso, há maior risco desse tipo de contaminação para profissionais de saúde, membros da família e outras pessoas próximas às infectadas.
Durante o tratamento, na maioria das vezes, a dor pode ser adequadamente manejada com analgésicos, como dipirona ou paracetamol.
“Se muito intensa, pode demandar uso de opioides, como tramal e codeína, ou mesmo internação para melhor controle da dor. Ressaltamos que se qualquer pessoa observar um dos sinais de alerta relacionados à varíola dos macacos, é importante procurar uma unidade de saúde imediatamente”, completa Camila.
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Redação iBahia
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