Um homem suspeito de envolvimento na morte de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, mais conhecido como Binho do Quilombo, foi preso nesta quarta-feira (17), sete anos depois do crime. A informação foi confirmada ao iBahia pela Polícia Federal (PF), que investiga o caso. Ele é um dos filhos de Mãe Bernadete, também assassinada.
Informações iniciais apontam que a prisão teria ocorrido em um shopping de Salvador, porém esses detalhes, assim como a relação do suspeito com o crime, ainda não foram divulgados pela PF. Procurada pelo portal, a defesa da família de Binho do Quilombo informou que foi informada sobre a prisão, mas sem especificações.
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Suspeito já tinha sido preso
Binho do Quilombo tinha 36 anos quando foi atacado a tiros dentro de um carro, em setembro de 2017. Um suspeito de envolvimento na morte chegou a ser preso três meses depois, mas negou participação no crime e teve prisão temporária expedida. Não se sabe se o homem preso agora é o mesmo.
O caso começou sendo investigado pela Polícia Civil (PC), mas acabou federalizado há cerca de 4 anos e ainda não teve uma solução. Mãe Bernadete foi morta seis anos depois sem ter respostas e nem justiça. Ambos eram lideranças do quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, lutavam pela preservação do local e eram ameaçados por isso.
Assassinato de Mãe Bernadete
Mãe Bernadete foi assassinada no dia 17 de agosto de 2023, atacada a tiros na sede da associação da comunidade, onde morava, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Em abril de 2024, três dos seis suspeitos de envolvimento na morte da líder quilombola foram inseridos no "Baralho do Crime".
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), o trio integra uma organização que criminosa que atua nos municípios de Simões Filho e São Sebastião do Passé, situados na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Os nomes foram colocados no naipe de "Ouros".
Outros três envolvidos no caso seguem presos. São eles: Arielson da Conceição, Sérgio Ferreira e Carlos Guiodai.
Marilio dos Santos, conhecido como "Maquinista" ou "Gordo", foi colocado na carta mais alta do naipe, o "Á de Ouros". Ele é apontado como uma das lideranças do grupo criminoso que age nas cidades de Simões Filho e São Sebastião do Passé.
Investigações indicam que o suspeito agiu como mandante e mentor intelectual da morte de Mãe Bernadete. Segundo denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA), os ideais da ialorixá e a luta para manter a ordem dentro da comunidade quilombola, passou a conflitar com os interesses dos líderes do tráfico de drogas da região.
Os suspeitos teriam percebido que a liderança de Mãe Bernadete impediria a expansão do comércio de entorpecentes e de outros negócios rentáveis no entorno da barragem de Pitanga dos Palmares, área de preservação ambiental. Por causa disso, "Maquinista" deu a ordem para que a ialorixá fosse executada.
"Maquinista" é considerado foragido da operação da "Tarja Preta", realizada pela Polícia Federal com o objetivo de identificar líder de uma organização criminosa.
Também entrou para o "Baralho do Crime", Yedney Carlos dos Santos de Jesus, conhecido como "Café". Ele ocupa a posição "Dama de Ouros", e é apontado na denúncia do MP como subordinado e braço direito de "Maquinista". Ele seria o responsável por auxiliar no plano de execução de Mãe Bernadete.
O terceiro suspeito, Josevan Dionisio dos Santos, codinome "BZ", ocupa da carta "Nove de Ouros". Ele possui mandados de prisão pelos crimes de homicídio e roubo, e é apontado como um dos executores do crime. Ele recebeu as ordens de "Maquinista", com instruções de "Café".
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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