O idoso de 75 anos que foi resgatado do cárcere privado em uma casa do bairro Alto da Terezinha, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, não foi o primeiro a ficar preso no imóvel. A suspeita do crime é investigada por pelo menos outros cinco casos. A informação foi divulgada pela Polícia Civil (PC) em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (4).
De acordo com o delegado Ricardo Amorim, do Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis (DPMCV), a mulher encontrava as vítimas na rua e levava elas para o imóvel. A casa não tinha condições para abrigar as vítimas, que chegavam a ficar sem se alimentar direito.
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"A gente sabe que ela já vem cometendo esses crimes de forma reinteirada, levando idosos para esse imóvel, que pertence a ela, e se apropriando dos benefícios desses idosos".
No local, as vítimas ficavam presas com correntes e cadeados, que eram colocados em um portão. No caso do idoso resgatado na quarta-feira (3), a saída só acontecia para sacar o dinheiro da aposentadoria dele.
"As informações iniciais são de que ela aprisionava esses idosos e fazia o saque desses benefícios. Ela mantinha esses idosos dentro da casa, mas, a partir do momento que por algum motivo ela não conseguisse mais fazer esse saque e esse idoso não tivesse mais serventia para ela, ela abandonava ele em algum lugar", pontuou o delegado.
O idoso resgatado estava no local há pelo menos 8 meses. Ele foi encontrado após denúncias feitas para a polícia. O delegado contou que a vítima estava debilitada e e ainda não soube explicar o que aconteceu durante o tempo que ficou sob o poder da mulher. A suspeita inicial é de que ele tenha Alzheimer.
"Analisando ele, a gente não pode ter ainda um diagnóstico, tendo em vista que ele não passou ainda por um médico, mas ele aparentava estar magro e debilitado, tendo em vista que ele já estava ali dentro daquele imóvel por 8 meses, que ele não vinha se alimentando corretamente, que ele vinha vivendo naquele espaço que não era adequado".
Inicialmente, a polícia chegou divulgar que a suspeita seria parente do idoso, mas a informação foi corrigida nesta quinta-feira. A família não sabia que a vítima estava em cárcere. O idoso tem dois filhos, que ainda não foram ouvidos.
"Como esse idoso já vem sofrendo de problemas psicológicos há um tempo, ele vinha alternando de estados de lucidez e confusão mental, e ele não morava especificamente com nenhum familiar. Então, a família, por um momento, achou que ele estava em um momento de lucidez. Dessa última vez, não deram falta", disse o delegado.
"A gente tomou conhecimento de que um filho dele mora no exterior e outro mora em local incerto. Ninguém da família sabe onde ele está. A gente está buscando familiares que possam ajudar a manter a saúde dele", completou.
A mulher está sendo procurada pela polícia. No entanto, o nome e a foto dela não foram divulgado ainda. O caso segue sob investigação. "Desde o dia que a gente recebeu informações, que a gente vem fazendo diligências para tentar localizar ela, mas não conseguimos encontrar ela".
Já o idoso foi levado para um abrigo localizado no Subúrbio. Ele está recebendo cuidados médicos no local. "Ele está sendo cuidado, recebendo remédio, recebendo todo tipo de auxílio à sua saúde física e psicológica, mas a gente vai continuar as investigações, para entender o que motivou ela a fazer isso, entender quantas vítimas ela fez dentro dessa casa, para no final a gente conseguir indiciar ela".
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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