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Profissional afastado

Sobe para 8 número de vítimas que denunciam médico peruano em Salvador

Maioria das vítimas são médicas e enfermeiras que namoraram com suspeito nos últimos 10 anos; profissional foi afastado por três meses

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Redação iBahia

28/01/2025 às 15:25 - há XX semanas
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O número de profissionais de saúde que denunciaram o médico peruano Luís Gonzalo Velarde Acosta, de 38 anos, por práticas de violência física, psicológica, virtual e patrimonial, além de assédio, subiu para oito. O suspeito, que atua no Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) de Salvador desde 2018, foi afastado das atividades por três meses enquanto as denúncias são investigadas.


				
					Sobe para 8 número de vítimas que denunciam médico peruano em Salvador
Seis ex-companheiras denunciam médico do Samu de Salvador: 'Batia'. Foto: Reprodução/TV Bahia

Todas as vítimas são profissionais de saúde (médicas ou enfermeiras). Sete delas mantiveram relacionamentos afetivos com o médico nos últimos anos, e uma o denunciou por assédio.

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A TV Bahia apurou que três denunciantes possuem medidas protetivas contra Luís Gonzalo, duas se afastaram do trabalho por medo de continuar atuando com ele, uma está tentando o afastamento, e outras duas seguem no serviço.

Após ouvir as denúncias de ex-companheiras no programa "Bahia Meio Dia" (BMD), na segunda-feira (27), uma médica decidiu compartilhar suas próprias experiências de agressões que sofreu durante o relacionamento com o profissional.

De acordo com a mulher, que optou por não revelar a identidade, no início do namoro, Luís Gonzalo era amoroso e tratava bem seus amigos e familiares. No entanto, com o tempo, ele passou a adotar um comportamento agressivo. "Ele começou a gritar e falar mais alto. Seguiu com empurrões, puxões de cabelo, mordidas, beliscões, murros e asfixia. Por duas vezes, quase me matou", relatou.

A médica disse ainda que o homem também praticava violência psicológica e deu prejuízos financeiros que ficaram em torno de R$ 20 mil. "[Ele falava] 'Você é uma burra, sem cultura, rodada, inepta, retardada, vai matar seus pacientes'. Ele diminui você, sua família, suas conquistas", lembrou.

Uma outra médica também relatou ter emprestado dinheiro para o médico e não ter recebido os pagamentos. "Teve um episódio que me marcou, que foi quando eu estava dando plantão em uma UPA, e ele estava dando plantão em uma base do Samu anexa a essa UPA. Ele entrou no meu consultório, disse que precisava conversar comigo, que ficava até sem graça de pedir uma coisa dessas, mas que ele precisava de R$ 1 mil emprestado", contou.


				
					Sobe para 8 número de vítimas que denunciam médico peruano em Salvador
Foto: Reprodução/TV Bahia

Após os pedidos de empréstimos, a mulher conversou com outros colegas de trabalho e descobriu que Luís Gonzalo já havia pegado dinheiro emprestado de outros funcionários e não havia feito os pagamentos. Diante disso, ela decidiu se afastar.

Em 5 de dezembro de 2024, Luís Gonzalo foi afastado por três meses pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). As denúncias foram encaminhadas para análise da Procuradoria Geral do Município (PGM).

Mais de um mês depois, a PGM sugeriu que fosse responsabilidade da chefia médica do Samu cumprir as medidas protetivas no ambiente de trabalho e recomendou que, em vez da suspensão total do contrato, fossem adotadas medidas que permitissem que Luís Gonzalo continuasse trabalhando, porém sem contato com as vítimas.

Vítimas mandam manifesto para secretaria

Dessa forma, as denunciantes passaram a temer o retorno do médico às atividades. No último final de semana, um manifesto foi enviado para a SMS. "Quando eu soube que ele poderia voltar, me senti agredida novamente e voltei a ter crises de ansiedade. Hoje, tenho medo de sair de casa e não voltar", afirmou uma médica que denunciou agressões e ainda trabalha no Samu.


				
					Sobe para 8 número de vítimas que denunciam médico peruano em Salvador
Foto: Reprodução/TV Bahia

No documento, as profissionais do Samu solicitaram a apuração das denúncias e a adoção das medidas cabíveis para garantir que possam desempenhar suas funções em um ambiente seguro, com respeito e sem riscos à integridade física e psicológica. "Solicitamos o afastamento do profissional, em consonância às medidas protetivas, de forma preventiva, até que se tenha processo em transitado e julgado", diz ainda parte do documento.

A defesa do médico disse à TV Bahia que só tem conhecimento da denúncia de uma ex-companheira do cliente. Afirmou ainda que as reclamações são mentirosas, feitas para manchar a imagem de Luís Gonzalo.

Em nota, a SMS reafirmou a decisão de afastamento do profissional, disse que não foi acionada pela Justiça para adotar medidas protetivas, mas ainda assim optou por afastar o médico após receber as denúncias.

Questionada sobre a recomendação do retorno do médico ao trabalho, o órgão afirmou que respeita o exercício da ampla defesa do contraditório, uma vez que ainda vai ocorrer o julgamento e a finalização da investigação, mas destacou que o que segue válido é o afastamento do profissional.

A TV Bahia também procurou o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) para saber o histórico profissional do médico, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.

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