Subiu para cinco o número de casos registrados na Polícia Civil contra o motorista por aplicativo suspeito de sequestrar e extorquir mulheres em Salvador. O homem foi preso na quarta-feira (8), após se apresentar na polícia. Ele assume culpa de apenas um caso.
De acordo com a nova vítima, que registrou ocorrência ainda na tarde de quarta, ela também foi obrigada a fazer transferências bancárias para o suspeito. No total, ela teve R$9,5 mil roubados, além de um aparelho celular levado.
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Jonatas dos Reis Oliveira foi preso na quarta, após prestar depoimento na delegacia do bairro da Pituba. O suspeito tinha dois mandados de prisão e foi transferido para a carceragem da Delegacia de Furtos e Roubos, para cumprir 30 dias de prisão que podem ser prorrogados por mais de 30. A expectativa é que a polícia concluía os inquéritos neste período.
A delegada que acompanha o caso, Maritta Souza, informou que um pedido de prisão preventiva deve ser feito para todos os casos investigados. Caso a Justiça acate o pedido, o suspeito seguirá preso até uma nova determinação judicial.
Dos quatro crimes aos quais é acusado, ele assume apenas um deles. Os casos aconteceram entre setembro e outubro deste ano, nos bairros do Costa Azul, Tancredo Neves, Pituba e Paralela.
"Ele assume um dos fatos, que é justamente com essas duas passageiras. Foi dentro de um shopping e a partir dali ele cancelou a viagem e anunciou o assalto, porém os outros casos a gente já tem provas contra o indiciado", afirmou a delegada.
A delegada disse ainda que as vítimas fizeram o reconhecimento do suspeito e que as investigações já descobriram as pessoas beneficiadas com as transferências feitas durante os sequestros.
"Vítimas fizeram o reconhecimento, chegamos até as pessoas que foram beneficiadas pelas transferências no momento em que assaltou as vítimas e partir daí chegamos a essas pessoas beneficiadas que também já foram ouvidas", ressaltou.
Versão do suspeito
De acordo com a advogada do suspeito, Acássia Cristina, ele teria cometido o crime por estar devendo a um agiota.
"O que eu posso falar é que ele só confirma um fato, que é o do dia 28 de setembro, no Salvador Shopping. Ele disse que os demais não foram ele. Ele disse que estava sendo ameaçado por agiota, tava devendo R$7 mil reais e estava com a cabeça já 'sendo lançada fora'. Ele disse que não teve outra opção a não ser cometer esse crime", explicou a advogada sobre a versão dada pelo suspeito em depoimento.
Ainda de acordo com Acássia Cristina, o suspeito atribui os outros três casos que estão sendo investigado a um homem identificado como Silvino.
"Segundo ele, foi esse Silvino que até induziu, que disse "faça dessa forma que vai dar tudo certo". Esse Silvino que ele está atribuindo os três fatos", afirmou a advogada.
Relembre o caso
Segundo apurações feitas pela polícia, o suspeito se utilizava da função de motorista de transporte por aplicativo para fazer vítimas. O suspeito cancelava as corridas assim que as mulheres entravam no carro, ameaçava as mulheres com aram de fogo e as obrigava a fazer transferências bancárias.
Uma das vítimas relatou que pediu o carro por aplicativo e pouco tempo depois de entrar no automóvel, o homem teria anunciado o assalto ao mostrar que estava armado.
Ele teria obrigado a vítima a fazer transações por pix para diversas contas diferentes, que podem ultrapassar o valor de R$10 mil, segundo a mulher.
"Fui fazendo várias transferências para eles, para nomes diferentes, de pessoas diferentes. Foram cinco transferências. Não lembro exatamente o total, mas somando tudo pode ter dado uma média de R$10 mil, talvez mais", explicou.
Em nota, a Uber, empresa através da qual ele realizava as corridas, se colocou à disposição da polícia para ajudar a localizar o suspeito. Segundo informações da delegada Maritta Souza, da 16ª Delegacia Territorial (DT), o acusado já foi preso anteriormente.
Nathália Amorim
Nathália Amorim
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