Os envolvidos na morte da cantora gospel Sara Mariano detalharam os valores recebidos por cada um para o crime, durante acareação realizada pela Polícia Civil.
A informação divulgada nesta sexta-feira (17). Três dos quatro homens estavam presentes. Apenas o marido de Sara, Ederlan Mariano, que seria o mandante do assassinato, não participou.
Leia também:
Os depoimentos aconteceram na quinta-feira (16), na Delegacia de Dias d'Ávila, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), onde o caso é apurado. Como prevê a acareação, os suspeito ficaram frente a frente.
Além de Weslen Pablo Correia de Jesus, que é conhecido como Bispo Zadoque, Gideão Duarte e Victor Gabriel de Oliveira, um quarto homem, identificado como "cantor Davi Oliveira" aparece na divisão do dinheiro.
O grupo alegou que o homem sabia do plano de matar Sara Mariano, mas não participou de nenhuma fase do crime. A polícia ainda não divulgou se ele já foi ouvido ou se vai ser indiciado.
O homem recebeu R$ 200 como "cortesia", de Zadoque, que foi responsável pela divisão do dinheiro. De acordo com os suspeitos, os outros R$ 1.800 dos R$ 2 mil pagos por Ederlan foram divididos entre eles da seguinte forma:
- R$ 900: valor recebido por Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como Bispo Zadoque, executor da vítima e responsável pela ocultação do cadáver.
- R$ 500: valor recebido por Victor Gabriel de Oliveira, que segurou Sara para que Weslen Pablo, o Bispo Zadoque, a matasse. Também participou da ocultação do cadáver.
- R$ 400: valor recebido por Gideão Duarte pelo transporte de Sara para encontro dos executores, e dos mesmos para a casa de Ederlan após o crime. Ele ainda retornaria ao local com os executores para a queima do corpo de Sara.
Relato do crime
Os envolvidos no assassinato detalharam também as ações de cada um durante o crime. Os relatos condizem com o que já tinha sido afirmado por Victor em depoimento dado à polícia antes da acareação. Ele foi liberado após ser ouvido. Os outros dois suspeitos e o marido de Sara seguem presos.
Weslen Pablo Correia de Jesus, o Bispo Zadoque - executor do crime
- Ao lado de Victor Gabriel de Oliveira e Gideão Duarte, participou do planejamento, da execução e da ocultação do cadáver de Sara Mariano.
- Disse ter usado gasolina para incendiar o corpo da cantora.
- Detalhou a divisão do dinheiro entregue por Ederlan para o crime.
- Disse que Ederlan prometeu novos pagamentos quando o dinheiro que Sara teria guardado em casa fosse localizado. Os valores estariam entre R$ 10 mil e R$ 15 mil.
Victor Gabriel de Oliveira - ajudou na execução
- Pediu desculpas por ter mentido no primeiro depoimento e admitiu participação no crime.
- Disse que o crime foi planejado em setembro, um mês antes da execução.
- Afirmou que Gideão simulou uma pane no veículo para entregar Sara aos executores.
- Segurou Sara para que Weslen (Bispo Zadoque) a esfaqueasse.
- Afirmou que após o crime seguiu com os demais suspeitos para a casa de Ederlan, onde entregaram o celular de Sara para o mandante.
- Disse que acompanhou Weslen, e levados por Gideão, retornaram ao local do crime no dia seguinte para ocultar o cadáver, após Ederlan mostrar preocupação com a repercussão do desaparecimento da cantora gospel.
Gideão Duarte - motorista que conduziu Sara e os executores para o crime
- Disse ter tomado conhecimento do plano apenas no dia do crime.
- Foi chamado por Weslen, o Bispo Zadoque, e recebeu R$ 400.
- Deixou Victor e Weslen no local combinado e em seguida fez o mesmo com Sara.
- Para parar no local com a cantora gospel, simulou que o carro passava por um pane.
- Disse ter ficado no carro enquanto Weslen e Victor mataram Sara.
- Levou os executores de volta para a cada de Ederlan, onde eles entregaram o celular da vítima.
- Em seguida, levou os dois para Rodoviária e pegaram o cantor Davi Oliveira.
- O destino do grupo era Camaçari, mas no trajeto, Weslen pediu para voltar ao local do crime.
- Após o desvio, o trio foi deixado no condomínio Algarobas, em Camaçari, e seguiu para casa, onde foi devolver o carro que dirigia, e que era emprestado.
- Afirmou ainda que no dia seguinte ao crime, pela noite, retornou com Weslen e Victor ao local para retirar o corpo, ou caso não fosse possível, atear fogo, o que foi feito.
Relembre o caso
A cantora gospel Sara Mariano desapareceu no dia 24 de outubro. Na época, Ederlan Mariano, esposo da vítima, registrou um boletim de ocorrência, afirmando para a polícia que ela havia deixado a casa da família para participar de eventos religiosos.
Ederlan chegou a pedir, nas redes sociais, ajuda para reencontrar a esposa. Também publicou uma foto ao lado da filha do casal, uma adolescente de 13 anos.
Três dias após o desaparecimento, o corpo de Sara Mariano foi encontrado parcialmente queimado em uma área de mata nas imediações da BA-093, próximo à cidade de Dias D’Ávila (RMS). Ederlan foi o responsável pelo reconhecimento do corpo.
A polícia confrontou a versão de eventos religiosos dada pelo marido com a de um líder religioso ligado a Sara. Com o decorrer das investigações, informações deram conta da fragilidade no casamento. Em um áudio, a cantora chegou a declarar que pensava em se separar do marido por conta de seus comportamentos.
De acordo com a Polícia Civil, Ederlan confessou o crime. O advogado do suspeito nega.
Alan Oliveira
Alan Oliveira
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!