Um homem foi preso em Itabuna, cidade do sul da Bahia, suspeito de envolvimento na morte do cacique Lucas Santos de Oliveira. O líder indígena foi assassinado com 15 tiros no dia 21 de dezembro de 2023, na cidade de Pau Brasil.
Conhecido como Lucas Kariri-Sapuyá, a vítima foi morta em uma emboscada, conforme investigações policiais. De acordo com a Polícia Civil, Amatiry Fernandes Santos confessou ter participado do crime e afirmou que pilotava uma motocicleta no momento do ocorrido. Ele afirmou que a motivação para a morte seria um conflito pelo controle de terras dentro da aldeia indígena Caramuru. Lucas estaria interferindo na situação.
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O suspeito preso ainda acusou outro indígena como o executor dos disparos. Em outubro deste ano, cinco suspeitos de integrar uma facção criminosas foram denunciados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), também pelo envolvimento na morte do cacique.
Os denunciados são:
- Amatiry Fernandes Santos, preso nesta terça-feira (19)
- Emerson Farias Fernandes
- Michael Cardoso de Oliveira
- Sandoval Barros dos Santos
- Fábio Santos Possidônio
As prisões preventivas dos denunciados foram decretadas a pedido do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco/MP-BA). Emerson está foragido e os outros estão detidos.
O caso foi investigado pela Coordenação de Conflitos Fundiários (CCF), da Polícia Civil, que concluiu que o homicídio foi planejado e executado pelo grupo.
Relembre a cronologia do assassinado do cacique Lucas Oliveira:
- Lucas saia da cidade para a Aldeia Indígena Caramuru, quando foi emboscado por dois criminosos em uma estrada e assassinado pelas costas.
- Segundo a polícia, o crime foi ordenado de dentro do Presídio de Itabuna por Fábio Possidônio e executado em represália ao cacique Lucas, que estaria colaborando com a polícia e denunciando o crime organizado e o narcotráfico na região do Território Caramuru Catarina Paraguaçu.
- Ainda confirme investigações, uma disputa pelo cargo de diretor do Colégio Estadual Gerson de Souza Melo Pataxó contribuiu para que Lucas se desentendesse com os traficantes.
- A liderança indígena foi contrária ao resultado da eleição para direção da unidade escolar, por supostas irregularidades no processo quanto às tradições indígenas, o que teria feito com que, por vingança, Lucas fosse apontado como o delator do tráfico à polícia.
Lucas Kariri-Sapuyá atuava na defesa dos direitos indígenas e era líder comunitário. Ele executava funções de cacique do Povo Pataxó Hã Hã Hãe e era coordenador regional do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas do Estado da Bahia (Mupoiba).
Ele também era conselheiro estadual de Direitos do Povos Indígenas da Bahia (Copiba), presidente do Diretório Municipal do Partido Rede Sustentabilidade e agente comunitário de saúde indígena.
Iamany Santos
Iamany Santos
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