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Situação com refém

PM investiga militares após jornalista negociar com suspeito na Bahia

Imagens mostram apresentador conversando com suspeito na frente dos policiais acionados para combater o crime na Bahia

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Naiana Ribeiro

09/01/2025 às 9:40 • Atualizada em 09/01/2025 às 10:20 - há XX semanas
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A Polícia Militar da Bahia (PM-BA) está investigando a atuação de seus agentes durante um incidente envolvendo refém em Salvador, no qual um jornalista se aproximou de um suspeito e interveio na negociação para a liberação da vítima. A atitude foi criticada pela corporação.


				
					PM investiga militares após jornalista negociar com suspeito na Bahia
Quartel do Comando Geral da Polícia Militar da Bahia. Foto: Natally Aciolly/g1

O ocorrido teve lugar no dia 10 de dezembro de 2024, no bairro de Tancredo Neves, na periferia da capital baiana. O suspeito havia feito uma moradora refém, mantendo-a sob a mira de uma arma, após trocar tiros com policiais da 23ª Companhia Independente (CIPM) na mesma área.

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Imagens divulgadas pelo jornalista Marcelo Castro nas redes sociais mostram o momento em que ele realiza uma chamada de vídeo com o suspeito, antes mesmo de chegar ao local do crime. Em seguida, ele se dirige até a rua onde fica a residência e inicia uma conversa com o homem à porta do imóvel. "Você vai sair comigo e vai para a viatura", diz o jornalista em um trecho do vídeo.

Ao ser questionado pelo suspeito, Marcelo Castro chamou o cinegrafista para se aproximar e mostrar o celular onde estava sendo feita uma transmissão ao vivo nas redes sociais, enquanto, mais uma vez negociava com o homem. "Se você quiser se entregar, você vai segurar o microfone e vai até a viatura agora", afirmou.


				
					PM investiga militares após jornalista negociar com suspeito na Bahia
Marcelo Castro. ​Foto: Reprodução/Redes sociais

No final, a mulher foi liberada e o suspeito preso após se entregar. De acordo com a PM-BA, foram apreendidos uma arma, duas granadas, munições, drogas e outros materiais, que foram encaminhados à Central de Flagrantes, onde o caso foi registrado.

Em nota enviada ao g1, a PM informou que uma apuração preliminar revelou que os procedimentos padrão e as técnicas de negociação, que deveriam ter sido utilizados pelos agentes, não foram seguidos durante a ocorrência. Por essa razão, foi instaurado um processo disciplinar sumário.

A Lei 7990 de 27 de Dezembro de 2001, que rege o Estatuto da Polícia Militar da Bahia, aponta o processo disciplinar sumário como resultado de uma sindicância, instaurada para "apurar irregularidades ocorridas no serviço público, identificando a autoria e materialidade da transgressão". O documento aponta que o "processo disciplinar sumário destina-se a apuração de falta que, em tese, seja aplicada a pena de advertência e detenção".

O procedimento correto que os policiais deveriam seguir e a data para a conclusão da investigação não foram detalhados pela PM. Ainda no comunicado, a corporação reforçou o compromisso com a disciplina e o cumprimento dos protocolos operacionais, "assegurando que eventuais descumprimentos das normas serão investigados com transparência, visando preservar a confiança nas ações da instituição".

O comando da 23ª CIPM afirmou ao g1 que o posicionamento oficial seria dado pela Corporação. A reportagem também buscou a defesa de Marcelo Castro, mas ainda não teve.

Leia a nota da PM na íntegra abaixo:

"A Polícia Militar da Bahia informa que está apurando a atuação de policiais lotados na 23ª CIPM durante uma ocorrência registrada no dia 10 de dezembro de 2024, no bairro de Tancredo Neves, que envolveu a tomada de refém.

Na ocasião, durante patrulhamento na Rua Valdinei Teixeira, os militares enfrentaram homens armados que reagiram à abordagem e se refugiaram em um imóvel, onde fizeram uma mulher refém. Após negociações, os suspeitos se renderam, sendo apreendidos com eles uma pistola Glock, duas granadas, munições, drogas e outros materiais, que foram encaminhados à Central de Flagrantes, junto aos detidos, para as providências cabíveis.

A investigação preliminar aponta que procedimentos padrões e técnicas específicas de negociação não foram adotados na condução da situação. Assim sendo, foi instaurado um processo Disciplinar Sumário com finalidade de apurar o ocorrido.

A Polícia Militar reforça seu compromisso com a disciplina e o cumprimento dos protocolos operacionais, assegurando que eventuais descumprimentos das normas serão investigados com transparência, visando preservar a confiança nas ações da instituição".

Jornalista é investigado em caso de golpe do Pix


				
					PM investiga militares após jornalista negociar com suspeito na Bahia
Foto: MP-BA

Além de seu envolvimento no caso com refém, Marcelo Castro é um dos principais investigados em um esquema conhecido como "Golpe do Pix" na Bahia. O esquema envolvia o desvio de doações feitas a pessoas em situação de vulnerabilidade por meio do telejornal "Balanço Geral", da TV Record Bahia, e está sob sigilo judicial.

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou 12 pessoas, que agora são réus por crimes como associação criminosa, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. O grupo é acusado de desviar R$ 407.143,78, o que corresponde a 75% dos R$ 543.089,66 doados pelos telespectadores do programa.

Deste montante, R$ 146.231,07 teriam sido apropriados por Marcelo Castro e R$ 145.728,85 por Jamerson Oliveira, ambos apontados como líderes do esquema.

Em dezembro, um dos operadores do golpe foi preso, mas teve o mandado de prisão revogado pela Justiça em menos de oito horas. Além de Carlos Eduardo, a Justiça também havia determinado a prisão de Thais Pacheco da Costa, com base na "periculosidade" dos acusados e na possibilidade de fuga. No entanto, Thais não chegou a ser detida.

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