Um policial militar, à paisana, atirou no carro de um motorista por aplicativo após o profissional solicitar que ele e sua família descessem do veículo durante a viagem. O incidente ocorreu no bairro da Federação, em Salvador, na madrugada de sábado (5), e está sendo investigado pela Polícia Civil (PC).

Segundo Bryan Barros, motorista de transporte por aplicativo há dois anos e natural do Rio de Janeiro, o caso ocorreu na ladeira que dá acesso ao Cemitério Campo Santo, em Salvador. Ele havia pego o policial militar e sua família, composta por duas mulheres e uma criança, na Avenida Oceânica, no bairro da Barra, e estava levando-os para um prédio na Avenida Cardeal da Silva.
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De acordo com o motorista, a situação se desenrolou após ele se sentir incomodado com brincadeiras feitas pelo policial militar e pela criança no banco de trás do carro. "Estava chovendo, a pista estava molhada e pedi que parasse porque a gente poderia sofrer um acidente. O carro é pequeno, estava encostando no câmbio, chutando o meu banco", disse.

Ainda segundo Bryan Barros, ele pediu duas vezes para que o passageiro parasse com as brincadeiras e explicou os riscos que todos sofriam por causa da chuva. No entanto, o homem continuou a fazer as mesmas coisas. "Depois desse segundo pedido, encostei o carro e pedi para eles descerem, ele alegou que estava com a família e pediu para que não deixasse eles alí".
Bryan afirmou que atendeu o pedido, já que a corrida terminava em cerca de cinco minutos, e voltou a dirigir o carro. Para a surpresa dele, o homem continuou com as brincadeiras. "Ele disse que ia parar e continuou com as brincadeiras. Pior, continuou fazendo de propósito".
O motorista disse que por medo de acontecer um acidente, ele voltou a parar o veículo na frente de um hospital da região e pediu para que todos descessem. "Ele bateu na minha perna, levantou a camisa, puxou a pistola e engatilhou ainda sentado. Levantou, segurou a porta e pediu para a família descer". "Quando vi que ele estava fora do carro, armado, pediu para a família descer e provavelmente ia atirar, eu arranquei. Meu extinto de sobrevivência me fez arrancar", relatou.
O policial militar atirou no carro quando Bryan Barros acelerou. Com os disparos, o motorista perdeu o controle do veículo, que acabou batendo no meio-fio. Felizmente, ele não ficou ferido.
Uma das mulheres que estava com o policial se machucou com os estilhaços do vidro e foi levada a um hospital, onde recebeu atendimento médico. Não há informações sobre o estado de saúde dela.
O policial, o motorista e os familiares que não se feriram foram levados à Central de Flagrantes, onde prestaram depoimentos. O caso segue sendo investigado e, até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso.

Redação iBahia
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