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Violência

Pesquisa aponta polícia da Bahia como a mais letal entre oito estados

Levantamento levou em conta números de 2022 e tem estado na frene do Rio de Janeiro e São Paulo. A cada 24 horas, quatros pessoas foram vitimadas

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Alan Oliveira

16/11/2023 às 5:00 • Atualizada em 16/11/2023 às 11:34 - há XX semanas
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Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (16) pela Rede de Observatórios da Segurança mostra a polícia da Bahia como a mais letal entre oito estados que tiveram dados analisados em 2022.


				
					Pesquisa aponta polícia da Bahia como a mais letal entre oito estados
Pesquisa aponta polícia da Bahia como a mais letal entre oito estados. Foto: Divulgação
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Segundo o levantamento, baseado em números passados pelas próprias Secretarias de Segurança Pública, 1.465 pessoas foram vítimas de ações policiais no território baiano no ano passado. Em média, foram 4 mortes a cada 24h.

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O estado superou Ceará (152), Maranhão (92), Pará (631), Pernambuco (91), Piauí (39), Rio de Janeiro (1.330) e São Paulo (419). Esta foi a primeira vez em que a Bahia chegou ao topo do levantamento.

Os números fazem parte do novo boletim "Pele alvo: a bala não erra o negro". A Rede de Observatórios monitora as informações sobre a cor da letalidade causada por ação policial via Lei de Acesso à Informação (LAI).

O estudo mostra ainda que, entre 2015 (quando o estado registrou 354 mortes) e 2022, houve um aumento de 300% na taxa de letalidade na Bahia, que atingiu principalmente a população negra e residente de bairros periféricos.

Em entrevista ao iBahia, a pesquisadora da Rede de Observatórios da Segurança na Bahia e da Iniciativa Negra Larissa Neves apontou e criticou a justificativa da "guerra às drogas" para a maioria das operações policiais com mortes no estado.

"A gente sempre diz que a guerra às drogas é o principal álibi da segurança pública, porque ela afeta o cotidiano das pessoas que residem nos territórios de periferia, mas os entorpecentes circulam em todos os bairros. Só que os moradores e as moradoras de áreas da periferia que vão sofrer com os efeitos dessas operações contra o tráfico de drogas".

Larissa aponta o levantamento como uma ferramenta para análise dessas ações, e como meio de se pensar em novas políticas, com menos violência e mais igualdade.

"Esse relatório mostra um desafio que não é circunstancial. É um desafio especial a ser enfrentado aqui no Brasil, que é a gente pensar as desigualdades existentes no país, considerando os indicadores de violência".

Através de nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que as ações policiais são pautadas dentro da legalidade e que qualquer ocorrência que fuja dessa premissa é rigorosamente apurada e todas as medidas legais adotadas. A SSP-BA também reforçou que investe constantemente na capacitação dos efetivos e em novas tecnologias, buscando sempre a redução da letalidade e a preservação da vida.

A pasta informou que criou um Grupo de Trabalho voltado para a discussão e criação de políticas que auxiliem na redução da letalidade policial, promovendo uma análise mais aprofundada das informações provenientes dessas ocorrências, como o perfil das pessoas envolvidas, contextualização, região, entre outros dados que possam colaborar para a redução desses índices.

Ainda de acordo com a SSP-BA, a maioria dos acionamentos policiais se dá a partir dos chamados via 190 (Centro Integrado de Comunicações) e 181 (Disque Denúncia), além das operações para cumprimentos de mandados determinados pela Justiça.

Lançamento

Marcando o lançamento do boletim, a Rede de Observatórios promoverá uma mesa de debate, às 14h desta quinta-feira, no Auditório Milton Santos do Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (Ceao/Ufba).

A mesa será composta por Juliana Borges, escritora e articuladora política; Gabriela Ashanti, advogada e ativista do Odara Instituto da Mulher Negra; Wagner Moreira, fundador e coordenador do IDEAS - Assessoria Popular e pesquisador do Grupo Lugar Comum; além da articuladora política Larissa Neves.

A conversa será mediada pela coordenadora de pesquisa da instituição, Thais Custódio.

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