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Justiça

MP-BA denuncia ex-diretor de Conjunto Penal por tortura de preso

Além do ex-diretor de Conjunto Penal, outros servidores também foram denunciados por torturar preso em Brumado

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Iamany Santos

01/08/2024 às 7:00 • Atualizada em 01/08/2024 às 7:34 - há XX semanas
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O Ministério Público da Bahia denunciou à Justiça o ex-diretor do Conjunto Penal de Brumado, o capitão PM Cláudio José Delmondes Danda, a diretora adjunta Carol Souza Amorim e outros quatro servidores públicos envolvidos em episódio de tortura dentro da unidade prisional. A agressão foi flagrada por câmeras de segurança da unidade.


				
					MP-BA denuncia ex-diretor de Conjunto Penal por tortura de preso
MP-BA denuncia ex-diretor de Conjunto Penal por tortura de preso. Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

A denúncia foi feita na terça-feira (30), baseada em investigações realizadas pelo MP por meio de grupos de atuação especial de Execução Penal (Gaep) e de Segurança Pública (Geosp), com o apoio da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap).

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Por meio de nota, o MP informou que o crime foi cometido em outubro de 2023, contra um preso, submetido a “intenso sofrimento físico, como forma de lhe aplicar castigo pessoal”.


				
					MP-BA denuncia ex-diretor de Conjunto Penal por tortura de preso
MP-BA denuncia ex-diretor de Conjunto Penal por tortura de preso. Foto: Reprodução

O órgão afirmou ainda que as investigações apontaram uma participação direta na ação criminosa dos policiais penais Jamerson Evangelista dos Santos, Jaime Ferreira Santos Júnior e Paulo Sérgio Brito da Silva. Os servidores teriam atingido o preso com um disparo de bala de borracha na perna e spray de gengibre no rosto, além de terem aplicado chutes, cotoveladas e pontapés na vítima.

O momento foi registrado por câmeras de segurança do local. Nas imagens, é possivel ver que o preso está algemado, com as mãos atrás da cabeça, quando sofre as agressões do servidores.

MP-BA denuncia ex-diretor de Conjunto Penal por tortura de preso Vídeo: Reprodução

Após tortura dos servidores, interno só recebeu atendimento médico meses depois

O MP enfatizou que, mesmo ferido, o interno só recebeu atendimento médico no dia seguinte às agressões. Ele foi submetido a exame médico-legal no dia 5 de fevereiro de 2024, após requisição do Ministério Público.


				
					MP-BA denuncia ex-diretor de Conjunto Penal por tortura de preso
MP-BA denuncia ex-diretor de Conjunto Penal por tortura de preso. Foto: Alan Oliveira/G1

Os promotores de Justiça ressaltaram que os fatos chegaram ao conhecimento da direção do Conjunto Pena, no dia 30 de outubro de 2023. Ou seja, tanto o diretor capitão PM Cláudio José Delmondes Danda, quanto da diretora adjunta Carol Souza Amorim, tinham conhecimento da situação.

Ainda conforme o MP, os dois não adotaram nenhuma providência para apuração do caso. Ambos foram denunciados. O supervisor operacional da unidade, Alex Santos Ângelo, também foi denunciado pelo crime de tortura.

Isso porque as investigações apontam que ele presenciou os fatos e apenas registrou no livro de ocorrências. No registro, ele escreveu apenas que foi realizada a transferência do interno de cela, sem qualquer outra observação.

Declaração da Seap

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) afirmou “que atuou na identificação e investigação dos servidores e policiais penais suspeitos de participar de atos de tortura a um interno do conjunto penal de Brumado”.

Além disso, o órgão pontuou que colaborou com todas as informações necessárias à denúncia e reforçou que, ao tomar conhecimento do fato, afastou imediatamente os servidores e policiais penais envolvidos, na época do ocorrido.

Por fim, a Seap enfatizou que “repudia todo e qualquer tipo de violência e tem a sua política de trabalho pautada pelo respeito e proteção aos direitos humanos, em especial dos internos custodiados nas unidades prisionais baianas e sob a responsabilidade da secretaria”.

O que diz a defesa dos denunciados

Em nota, o advogado Lucas Cavalcanti, que defende os 3 policiais penais suspeitos, Jamerson Evangelista dos Santos, Jaime Ferreria Santos Júnior e Paulo Sérgio Brito da Silva, pontua que recebeu a denuncia com surpresa.

Conforme a a defesa, o preso apresentou um comportamento agressivo, indevido e perigoso, o que exigiu a intervenção dos policiais penais para evitar um motim. O advogado salintou ainda que a unidade contava com apenas três policiais penais para um um universo de 600 presos.

Segundo Cavalcanti, apesar da abordagem dos policiais, o preso seguiu tentando incitar a massa carcerária. Por isso, uma atuação mais enérgica foi exigida dos policiais penais, com o uso de força.

A defesa ainda terá acesso à denúncia para o exercício de ampla defesa dos três policiais penais. Cavalcanti ainda afirmou que está certo da inocência dos denunciados que, no exercício da função, agiram de forma adequada.

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