Foi enterrado na manhã deste sábado (7) o corpo do médico baiano vítima de um ataque a tiros com amigos no Rio de Janeiro (RJ). O sepultamento foi realizado na cidade de Ipiaú, no sul da Bahia, onde Perseu Almeida nasceu e atendia, seguindo os caminhos do pai, que também era ortopedista.
A cerimônia e o velório, que começou ainda na noite de sexta-feira (6) com a chegada do corpo ao município, foram marcados por muita comoção. A população parou para a despedida, que contou com um cortejo pelas principais ruas da cidade, que ficaram com comércios fechados em luto e protesto por paz. A cerimônia reuniu centenas de familiares, amigos e pacientes do médico. [Assista abaixo]
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Perseu Almeida tinha 33 anos e administrava uma clínica na cidade, que herdou do pai, morto em 2013 em um acidente de carro. O médico estava prestes a expandir o negócio e realizar um sonho que também recebeu de herança, abrindo mais uma clínica. Um tio dele contou na sexta-feira que o baiano já tinha todo o projeto pronto, mas teve a meta interrompida.
Perseu bebia com outros três ortopedistas em um quiosque, na orla da Barra da Tijuca, quando o grupo foi atacado a tiros por homens armados, na madrugada de quinta-feira (5). Apenas um deles sobreviveu. A investigação da polícia mostra que os médicos foram assassinados por engano.
A polícia acredita que Perseu foi confundido com Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, que é apontado com um dos principais chefes de milícia atuante na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O suspeito, que está sob monitoramento eletrônico e mora perto do quiosque onde aconteceu o crime, estaria envolvido na morte de Paulo Aragão Furtado, o Vin Diesel, apontado como traficante. Ou seja, o ataque a tiros seria uma vingança. O caso segue sob apuração.
Pelo menos quatro suspeitos participaram do crime. Dois foram encontrados mortos na madrugada de sexta-feira.
Mãe pediu para que não viajasse
A mãe do médico havia pedido para ele não viajar. De acordo com relato passado ao g1 pelo tio de Perseu, Remo de Araújo, ela estava incomodada porque ele tinha acabado de voltar de um outro encontro de ortopedistas, que havia acontecido em São Paulo (SP).
Diante da preocupação, o baiano ainda teria optado por ficar no Hotel Windsor, onde é sediado o congresso internacional de ortopedia que participava.
Dessa forma, dentro da percepção da família, o médico não precisaria se deslocar muito no Rio de Janeiro durante a estadia, e ficaria mais seguro. Essa era a primeira vez dele na cidade. A acomodação fica na frente do quiosque onde o baiano e os amigos foram baleados.
O tio de Perseu contou que outros amigos do ortopedista, que moram em Salvador e também foram para o congresso, ficaram hospedados em outro hotel da cidade, com o preço mais em conta e mais distante do local do evento. Era lá que o médico provavelmente ficaria.
Redação iBahia
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