A mãe de Hilda Francine dos Santos, que se jogou do quinto andar de um prédio para fugir das agressões do namorado, teme sequelas da queda da filha. O caso aconteceu no dia 9 de junho, na Avenida Paralela, em Salvador.
Em entrevista ao g1 Alagoas, ela contou que a filha ainda está internada e não consegue movimentar as pernas.
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"Ela pode ficar com sequelas. Minha filha fraturou a bacia, as pernas dela não estão com movimento, além dos 22 pontos na testa", lamentou a mãe de Francine, Maria José Almeida da Silva.
A vítima sofreu múltiplas fraturas no corpo e teve um corte em uma articulação da pelve, além de ferir o rosto. Em depoimento durante o programa Encontro, da TV Globo, Hilda Francine afirmou que pulou do apartamento para se salvar.
"A única saída que tinha. Não vi se era alto, só queria me salvar", disse.
Ainda segundo a mãe da vítima, a filha contou que estava grávida, mas que os médicos só perceberam que o feto havia morrido seis dias após as agressões, no último sábado (15).
"Ela estava grávida. No dia da ocorrência, quando estava sendo espancada, ela disse que estava sangrando e pediu ajuda dele. Quando ele soube, começou a espancar ela e aconteceu de ela pular. Ela está no HGE de lá e parece que vai ser transferida [para Maceió]. Meu esposo e meu filho estão com ela", afirmou Maria José.
Brigas com o suspeito
Segundo Hilda Francine, ela e Igor Costa Campos, suspeito preso pelas agressões, começaram a namorar há cerca de um mês e decidiram morar juntos. No entanto, o relacionamento era marcado por brigas e ciúmes.
Ela descobriu estar grávida no final de maio, mas Igor pediu um exame de DNA. Hilda chegou a ter um sangramento após viajar para Maceió, cidade natal dela. As brigas recomeçaram após ela pedir para ele levá-la ao hospital.
"Ele se negou e começou a me agredir, porque estava sob efeito de drogas", disse a vítima em entrevista ao Encontro.
A mulher relatou que, durante as agressões, o suspeito ria, humilhava e xingava bastante.
"Ele falava: 'Você já está morta, entenda que você já está morta'. Tentei sair [do apartamento] várias vezes, mas ele me puxava pelo cabelo, dava cabeçada, socos, pontapés, mordidas, voadoras, me jogava e subia em cima de mim", lembrou, emocionada.
A família de Hilda Francine tenta a transferência dela para Maceió, sua cidade natal. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) informou que está em contato com a Secretaria de Saúde da Bahia para fazer o traslado da jovem.
Versão do suspeito
Durante o depoimento, Igor Costa Campos admitiu ter mordido a vítima e puxado os cabelos dela, mas negou as demais agressões.
Ainda segundo a versão apresentada por ele, ela que teve uma crise de ciúmes por conta de uma videochamada feita por eles dias antes.
Na ligação em questão, o homem estava acompanhado de outra garota, o que teria incomodado a mulher. Ele afirma que Hilda Francine ficou "transtornada" e "fazendo escândalo" na sexta-feira, dois dias antes da queda.
O suspeito também afirmou que a mulher sofre depressão e dizia que iria se matar, acrescentando que ela se jogou da janela quando ele teria dito que pretendia terminar a relação.
Nathália Amorim
Nathália Amorim
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