Um jovem de 22 anos levou 37 pontos no rosto após ser agredido com uma garrafa de vidro ao tentar separar uma briga na saída de uma festa no bairro de Stella Maris, em Salvador. Segundo Lucas Silva, o agressor foi outro jovem, que se identificou como filho de um policial militar.
A agressão aconteceu no domingo (21). Em entrevista ao Jornal da Manhã, Lucas Silva contou que ele, três amigos e o irmão foram para uma festa no bairro da Pituba, quando o o suspeito os abordou dizendo que o celular dele tinha sumido. Esse jovem era amigo de um dos garotos.
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"Ele pediu para todo mundo descer do carro para revistar todo mundo, porque ele alegou que o celular dele tinha sumido. Ele fez isso e não achou [o aparelho]", contou Lucas Silva.
Ainda de acordo com Lucas Silva, após essta situação, o grupo foi para uma festa no bairro de Stella Maris. Ao chegarem lá, descobriram que o evento já tinha acabado. Enquanto conversvam em frente ai local do evento, Lucas conta que foram surpreendidos pelo suspeito.
"Ele já veio com a garrafa de cerveja quebrada indo na direção do meu amigo. Pegou no rosto dele de raspão. Só ficou com o olho roxo, graças a Deus", disse Lucas Silva.
O jovem relata ainda que tentou salvar o amigo quando percebeu que ele seria atingido na barriga.
"Puxei ele [o suspeito] pelo pescoço para não acontecer o pior e tentei imobilizar. Aí acabei tropeçando, ele caiu em cima de mim e ele pegou e enfiou a garrafa no meu rosto", disse.
Depois da agressão, o suspeito fugiu do local da briga. "Quando ele fez isso, começou a gritar: 'Minha mãe é PM. Você acha que vai dar alguma coisa para mim? Não vai dar nada, porque minha mãe é PM'", relata a vítima.
Lucas foi acalmado e recebeu os primeiros socorros de uma enfermeira que estava no local. Em seguida, ele foi levado para o Hospital Aeroporto, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, onde recebeu os 37 pontos no rosto.
Investigação
A ocorrência foi registrada na delegacia do bairro de Itapuã. A Polícia Civil informou que a vítima já fez exame de corpo de delito e que já tem indícios da autoria do crime.
A defesa de Lucas Silva pontuou que acompanha as investigações da polícia e avalia entrar com uma ação na esfera cível devido aos danos estéticos causados no rosto do rapaz. Após a agressão, Lucas conta que tem medo de ser coagido a retirar o boletim de ocorrência da polícia, pelo fato do suspeito ser filho de uma policial militar.
"Eu vim colocar minha cara na mídia para me proteger, porque eu tenho família. Meu irmão trabalha perto da casa onde ele mora", afirmou.
A mãe do jovem, Cátia de Miranda Silva, faz hemodiálise e contou que, para além do tratamento difícil, tem passado por dias difíceis depois da agressão do filho.
"Está sendo muito difícil ver meu filho desse jeito, com o rosto dilacerado desse jeito. Meu filho não quer sair na rua, está com essas marcas no rosto, só pedindo ajuda a Deus", contou Cátia Silva.
"Quanto faltou para meu filho está morto? Quanto faltou para meu filho não está mais aqui perto de mim?", questionou.
Iamany Santos
Iamany Santos
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