Os paraguaios presos por suspeita de envolvimento no esquema de contrabando internacional de armas, que eram trazidas para facções do Brasil, foram denunciados pelo Grupo Especial de Combate ao Narcotráfico, do Ministério Público Federal do Paraguai (MPF).
De acordo com o g1, a denúncia inclui os militares de alta patente que administravam a Dimabel, órgão das forças armadas paraguaias responsável pelo controle, registro e fiscalização de armamentos importados.
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Eles são acusados de crimes como suspeitas de corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro, contrabando de armas, tráfico de influência e fraudes.
As denúncias são desdobramentos da operação deflagrada pela Polícia Federal (PF), com autoridades paraguaias, na terça-feira (5). Ao todo, durante a ação, foram apreendidas 1,8 mil armas no Paraguai, entre outros materiais.
O MPF paraguaio se baseia na cooperação internacional entre os dois países, usando também a investigação da Polícia Federal da Bahia (PF-BA). Com isso, além dessa denúncia, outras devem ser apresentadas depois de mais análises das apreensões.
Cofre dentro da Dimabel
Ainda durante as investigações, os policiais descobriram que dentro da Dimabel existe um cofre da IAS, a empresa de Diego Dirisio, que é apontado como o maior contrabandista de armas da América do Sul. Um comparsa dele foi preso depois de se entregar.
O local estaria cheio de armas importadas. Um pedido foi feito à justiça paraguaia para que autorize a abertura do cofre e a apreensão do que tiver dentro dele.
Vazamento de informação
Ainda segundo o que passaram fontes do MPF para o g1, são grandes os indícios de que o empresário foi informado que seria preso no dia 5 e fugiu de Assunção com a mulher Julieta, que também foi alvo de mandado de prisão. Os dois filhos do casal estão com ele.
A suspeita de vazamento da operação policial é investigada também pela contrainteligência da polícia paraguaia. O casal está na difusão vermelha da Interpol - que é quando um suspeito com pedido de prisão da Justiça brasileira está em solo estrangeiro.
Histórico
A investigação começou no ano de 2020, quando pistolas e munições foram apreendidas em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. As armas estavam com o número de série raspado, mas, por meio de perícia, a PF conseguiu obter as informações e avançar na investigação.
Segundo a polícia, Dirísio comprava armas fabricadas em países como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia, para revender a criminosos brasileiros. O material acabava principalmente com facções como Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC).
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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