O homem investigado por estupros em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, teve a prisão em flagrante convertida em temporária nesta quinta-feira (19), durante audiência de custódia. A informação foi confirmada pela Polícia Civil e Justiça.
A prisão corresponde às imagens dos crimes encontradas no celular apreendido com o suspeito. Além dessa determinação, ele já tinha um mandado de prisão por causa dos estupros. Ou seja, mesmo sendo liberado na audiência, o homem permaneceria preso.
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O suspeito foi identificado como Lucas Santos, de 28 anos. Ele foi alvo de uma operação deflagrada na manhã de quarta-feira (18), na casa onde morava, no bairro de Itinga. O investigado nega o crime.
De acordo com a delegada Simone Moutinho, o suspeito alegou em depoimento que tinha o consentimento das meninas e chegava a pagar algumas com PIX para ter as relações sexuais.
Além de duas denúncias de adolescentes de 15 anos, outras meninas e mulheres podem ser vítimas dele, segundo imagens encontradas no celular apreendido na ação.
"Ele falou que, de fato, ele marca encontros nas redes sociais e que todas as relações que ele tem as vítimas quisessem estar com ele. Negou, portanto, qualquer situação de estupro. E falou que algumas vezes, para que essas adolescentes estarem com ele, ele faz PIX", disse Moutinho.
A delegada é titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra a Criança e o Adolescente (Dercca), responsável pela investigação. Conforme informações apuradas por ela, o homem se passava por locutor de rádio.
Investigação
De acordo com a delegada Moutinho, o homem fingia ser uma mulher e até simulava um sorteio de celular na internet, por meio das redes sociais, para atrair as vítimas até o local, onde o crime acontecia.
Vários materiais usados nos crimes, como ursos de pelúcia e vibradores, foram apreendidos. O celular com imagens dos estupros também. A ação engloba a Operação Querubim.
Segundo a polícia, a apuração do caso começou há cerca de um ano e meio, com o primeiro registro de ocorrência contra o homem, seguido de uma segunda denúncia.
"Ele atraía a confiança das vítimas na internet, às vezes se passando por mulheres ou pessoas da mesma idade. Em seguida, dizia que ia realizar um sorteio de um celular, afirmando em seguida que a menina ganhou o prêmio. Ele, então, pagava o transporte por aplicativo para que ela fosse até o local retirar o celular. Lá, porém, estuprava a vítima, além de fotografar e filmar a violência. Depois, conforme as investigações, o suspeito ainda fazia extorsão, obrigando essas vítimas a retornar ao local, para novamente serem estupradas", informou a delegada.
Além de ter o mandado cumprido, o investigado também foi autuado em flagrante pelo crime de produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente.
A Dercca também investiga a possível ocorrência do crime de estupro por meio virtual. "O celular estava farto, cheio de fotos, vídeos, cenas de exploração sexual de adolescentes. Inclusive, mensagens sugestivas de estupros virtuais", detalhou a delegada.
Alerta
A delegada Simone Moutinho também chamou atenção para a necessidade de ficar atento à atividade de crianças e adolescentes na internet.
"Hoje, as crianças se relacionam de formas diferentes. Há grandes amigos virtuais. As pessoas nunca se viram e pensam que são grandes amigos, mas nunca se sabe quem está do lado de lá".
A titular da Derrca também apontou saídas para pais e responsáveis trabalharem o tema com os filhos.
"O que resolve é o diálogo. Informar para crianças e adolescentes que eles não devem falar com estranhos pela internet. Os pais também devem buscar informações. Crianças não devem ter um computador no quarto, não devem passar o dia todo com eles. Tem que se estipular um tempo", pontuou.
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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