Um homem foi condenado a 13 anos de prisão pela morte do indígena tupinambá Adenilson Silva Nascimento, conhecido como Pinduca, de 55 anos, e pelo ferimento de sua esposa, Zenaildes Menezes Ferreira. O crime ocorreu em maio de 2015, em Ilhéus, no sul da Bahia.
O júri popular de Edivan Moreira da Silva teve início na terça-feira (3) e foi concluído na quarta-feira (4), na mesma cidade onde o crime aconteceu. Composto por sete jurados, o tribunal decidiu pela condenação de Edivan, com quatro votos a favor e três contra.
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Após a leitura da sentença, Edivan foi levado para o Presídio Ariston Cardoso, em Ilhéus, onde cumprirá sua pena em regime fechado. A defesa do condenado anunciou que recorrerá da decisão.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Edivan, apelidado de "Van de Moreira", foi acusado de homicídio consumado e homicídio tentado, ambos qualificados pela emboscada, o que impediu ou dificultou a defesa da vítima.
As investigações indicaram que o crime foi motivado por disputas de terras entre Edivan e Adenilson. O MPF revelou que, em 2013, Edivan teria ameaçado Adenilson durante manifestações contra os indígenas da etnia Tupinambá de Olivença, em Buerarema, cidade onde ambos moravam.
Edivan enviou um recado a Adenilson, dizendo que, caso ele fosse a Buerarema, sofreria agressões. A animosidade entre os dois aumentou após Adenilson liderar a retomada da fazenda Boa Esperança, o que resultou na expulsão do antigo agricultor da propriedade, que era amigo de Edivan e sogro do irmão dele. Desde então, as ameaças se intensificaram.
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No dia do assassinato, Adenilson Silva e Zenaildes Ferreira voltavam para casa a pé. Eles seguiam com os três filhos, entre eles a mais nova, de 1 ano de idade, levada no colo pela mãe.
Durante a caminhada, Adenilson foi surpreendido por um disparo de arma de fogo e caiu de joelhos. Diante da situação, os dois filhos mais velhos do casal correram e Zenaildes retornou para tentar levantar o marido, mas não conseguiu.
Ao se virar para tentar fugir, ainda com a filha no colo, a mulher foi atingida por um tiro na perna direita, o que a fez cair por cima da criança. Já no chão, Zenaildes foi baleada nas costas. O projétil atravessou o tórax e se alojou no braço da vítima, que se fingiu de morta para escapar.
A mulher disse à polícia que viu o marido se levantar e caminhar lentamente na direção dela, enquanto outros tiros eram desferidos por Edivan contra Adenilson, que caiu sem vida perto da esposa.
Zenaildes observou que três pessoas encapuzadas participaram da ação e reconheceu Edivan como uma delas.
Naiana Ribeiro
Naiana Ribeiro
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