Foi preso nesta terça-feira (21) o filho do dono da fábrica de fogos de artifício que explodiu matando 64 pessoas em 1998, na cidade de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo da Bahia.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT-BA), Gilson Prazeres Bastos Nunes é suspeito de chefiar a produção ilegal de fogos no município. Ele atuava na empresa Artesanato de Fogos Boa Vista.
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Entre as irregularidades constatadas na empresa dele, estão o transporte e armazenamento de material explosivo sem cumprimento de normas de segurança e sem autorização necessária do Exército.
O local foi encontrado durante fiscalização conjunta realizada na região para coibir o crime nessa região. Segundo o MPT-BA, a fiscalização preventiva está sendo realizada desde a segunda-feira, data do aniversário de 25 anos do acidente na fábrica que pertencia ao pai de Gilson - considerado o maior acidente de trabalho da Bahia.
A fiscalização conta com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-BA), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA) e do Conselho Regional dos Químicos (CRQ).
A equipe encontrou na propriedade rural, no distrito de Boa Vista, localidade de Ronco d’Água, Santo Antônio de Jesus, quase 300 caixas de fogos de artifício de origens diversas, além de produtos artesanais feitos no local, todos eles contendo a pólvora como integrante.
O proprietário da empresa foi localizado e levado para a delegacia para que seja ouvido. Gilson foi vereador por três mandatos. Ele deverá ser enquadrado no art. 253 do Código Penal, que prevê pena de detenção de 6 meses a 2 anos, além de multa.
As informações colhidas e o depoimento do dono da fábrica clandestina serão utilizados nos inquéritos cível, no MPT, e criminal, que corre no Ministério Público Federal (MPF).
Segundo o órgão, toda a carga de explosivos foi apreendida e encaminhada para o 35º Batalhão de Infantaria do Exército, localizado na cidade de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador. O material vai passar por perícia feita pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) e posteriormente deverá ser destruído.
Em nota, o MPT-BA pontuou que, desde que a explosão, a produção de fogos de artifício na região deixou de ser feita em um local específico e se pulverizou dentro de casas e na zona rural, dificultando a fiscalização.
Dessa vez, a operação foi montada para flagrar o armazenamento e a fabricação em uma propriedade da família de Vardo dos Fogos.
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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