O falso médico que foi preso na BA na última quarta (20), vai responder pelo crime em liberdade. Ao menos quatro pacientes procuraram a Polícia Civil e contaram que passaram por consultas com o homem. Ele promovia atendimentos como clínico-geral, cardiologista e reumatologista.
Segundo informações da Polícia Civil e do g1 Bahia, Fábio da Silva Saffe pagou uma fiança de dois salários mínimos. A prisão foi feita por policiais da delegacia dos Barris em uma ação conjunta com equipes do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb).
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De acordo com delegado William Achan, que investiga o caso, o homem levantou suspeita da funcionária de um laboratório ao mandar requisições para o estabelecimento. A mulher observou diversas solicitações do mesmo médico para diferentes especialidades.
A funcionária denunciou o caso ao Cremeb, que acionou a Polícia Civil. Centenas de fichas de atendimento, um carimbo falso, um estetoscópio e um pavilhão auricular foram apreendidos no consultório onde o homem atendia há mais de um ano.
Autuado por exercício ilegal da profissão, o homem fez exame de lesão corporal, está à disposição da Justiça. O material apreendido será periciado.
O Cremeb confirmou o caso, disse que a prisão do falso médico aconteceu após denúncia do Conselho e que ainda vai se posicionar com mais detalhes através de nota.
Vítimas envolvidas
De acordo com a polícia e com o g1 bahia, duas mães de crianças de 3 e 5 anos, diagnosticadas com TDAH por Fábio, disseram que ele se apresentou como clínico-geral. Uma outra paciente disse que o falso médico afirmou que era cardiologista.
Na quinta-feira (21), uma mulher, que preferiu não revelar a identidade, contou que teve uma consulta com o "reumatologista" Fábio da Silva Saffe. Para a polícia, ele contou que é fonoaudiologista, mas não comprovou com documentos.
A Polícia Civil informou que mais pessoas que foram atendidas pelo falso médico devem procurar delegacias para registrar boletins de ocorrências.
"O sentimento é de revolta e impunidade. Eu estou doente, já tenho um problema crônica, preciso fazer uma perícia médica e ele fez um relatório sem ter especialidade", reclamou a paciente.
Na quarta uma mulher, que estava na clínica onde ocorreu o flagrante, contou que gastou R$ 510 em exames e consulta após o homem diagnosticar o filho dela, de 9 anos, com TDAH.
Fábio atuava em uma unidade de saúde da região da Lapa há quatro anos e usava o registro do Conselho Regional de Medicina (CRM) de um médico ortopedista de São Paulo. O g1 tenta localizar a defesa do suspeito.
Mayra Lopes
Mayra Lopes
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