A esposa do homem morto por um vizinho policial militar está indignada com o crime, ocorrido no domingo (3), no Alto de Ondina, em Salvador. Em entrevista à TV Bahia nesta segunda-feira (4), a mulher, que preferiu não se identificar, cobrou justiça pelo marido, identificado como Agnaldo Antunes da Silva.
"Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém, principalmente de um pai de família correto, direito e honesto. Que ele seja preso e mofe na cadeia. Eu quero justiça e vou correr atrás com toda as minhas forças", disse.
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Segundo o relato da testemunha, ela e a vítima estavam bebendo cerveja na porta de casa, na companhia da filha de 7 anos, quando o PM, identificado como Felipe Rodrigues Lima, passou na região engatilhando a arma.
"Nós estávamos aqui, tomando cerveja, reunidos com os vizinhos. Esse elemento, que se diz policial, passou com a arma ostentando, engatilhou a arma e meu esposo não gostou", disse.
Em seguida, segundo a viúva, o marido se aproximou do vizinho, para conversar com ele sobre a situação, mas não teve tempo de falar. Ele acabou baleado.
"Ele desceu para falar que ele não poderia fazer isso, porque tinham crianças brincando. Mas só que não deu tempo dele falar. Deu três disparos no meu esposos, no pescoço, tórax e na barriga", afirmou.
Segundo a família de Agnaldo, o militar estava sem farda e fugiu do local depois dos tiros. A vítima chegou a ser socorrida e foi levada para o Hospital Geral do Estado (HGE) por policiais militares, mas não resistiu aos ferimentos.
Os moradores da Travessa Pinto Machado, onde aconteceu o crime, contaram que o PM havia se mudado recentemente para a região, e que ele costumava intimidar vizinhos com arma. A viúva da vítima disse que Agnaldo e Felipe nunca tiveram desentendimentos antes.
O corpo da vitima foi enterrado na tarde desta segunda-feira, na cidade de Ituberá, no baixo sul do estado.
O que diz a polícia
Em nota, a Polícia Militar (PM) informou que agentes da 12ª CIPM que agiram na situação. Os policiais foram avisados que o autor do disparo seria um militar lotado na unidade e que ele tinha fugido do local do crime. De acordo com a corporação, os policiais foram na casa do suspeito, mas ele não estava no imóvel.
Também por meio de nota, a Polícia Civil (PC) afirmou que o caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A corporação não confirma que o PM é considerado suspeito.
No posicionamento, a PC diz apenas que informações preliminares apontam que Agnaldo da Silva teria sido morto após passar pelo suspeito e não cumprimentá-lo. Logo em seguida, o autor do crime foi até a porta da vítima e disparou várias vezes contra ela.
A Polícia Civil (PC) informou ainda que câmeras de segurança serão solicitadas para identificar o suspeito e que testemunhas serão ouvidas para esclarecer a motivação do crime.
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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