A defesa do ambulante Raul Neto, agredido por um guarda municipal no bairro Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador, na noite de quinta-feira (28), não conseguiu registrar a ocorrência na 1ª Delegacia, nos Barris.
Segundo informações de Rafaela Dias, advogada da vítima, em entrevista à TV Bahia, ao chegar na unidade ela foi informada que a delegacia não era o local apropriado para registrar a denúncia. "Falaram que pelo suspeito ser um agente público, eu não poderia fazer a denúncia da delegacia, e sim ir na Corregedoria, no Retiro, para que os guardas fossem identificados", disse.
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A advogada ainda disse que o caso se trata de arbitrariedade por causa dos tapas recebidos pela vítima. "O agir do guarda, a lesão que houve, além da injúria, tudo isso precisa ser registrado. E quem pode me dar a guia é a delegacia", explicou a advogada. "Além do dano moral por conta da agressão na frente de muita gente, tem também o dano material, porque ele tinha fruta, bebida e a mesa que foi destruída", concluiu.
Através de nota, a Polícia Civil informou que a vítima pode retornar a 1ª Delegacia Territorial (DT/Barris) e registrar o Boletim de Ocorrência. Ainda segundo a polícia, a informação sobre a negativa de um servidor da unidade em fazer o registro está sendo apurada.
Vendedor ambulante agredido
Um guarda municipal foi flagrado dando um tapa no rosto de um ambulante nesta quinta-feira (28), no bairro Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador. Os dois entram em uma discussão após os agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) recolherem o material do ambulante. "Eu não sou vagabundo não", disse o ambulante.
Em entrevista à TV Bahia, Raul Neto disse que ainda não consegue acreditar no que aconteceu. "A ficha não caiu totalmente, é um sentimento de impotência muito grande mediante quem deveria ser nossa segurança, ser a nossa guarda. Eu não tenho como parar. Eu moro sozinho, tenho uma cachorra pra cuidar, tenho que me alimentar, alimentar ela. Não é obrigação do outro entender isso. Eu não tava fazendo nada de errado, eu estava trabalhando", desabafou.
Em nota, a Guarda Municipal afirmou que recebeu uma denúncia de agressão de um agente durante uma ação de apreensão realizada pela Semop.
O órgão afirma que não compactua com nenhuma ação que ultrapasse os "princípios legais". Diz ainda que as imagens serão encaminhadas para a corregedoria da CGM, para que as apurações sejam realizadas, "respeitando o princípio do contraditório e ampla defesa".
Veja vídeo da agressão:
Gabriela Braga
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