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Tragédia

'Conviver para sempre', diz esposa de médico baiano morto no Rio

Verônica Almeida, viúva de Perseu Almeida, relembrou as últimas trocas de mensagem com o marido antes do ataque a tiros

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Redação iBahia

09/10/2023 às 8:00 • Atualizada em 09/10/2023 às 8:32 - há XX semanas
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A viúva de Perseu Almeida, médico morto a tiros em ataque no Rio de Janeiro, relembrou as últimas trocas de mensagem com o marido antes do crime na última quinta-feira (5). Em entrevista para o Fantástico, exibida na noite de domingo (8), Verônica Almeida falou também sobre casamento de 5 anos com o ortopedista.


				
					'Conviver para sempre', diz esposa de médico baiano morto no Rio
'Conviver para sempre', diz esposa de médico baiano morto no Rio. Foto: Reprodução/TV Globo

"Não dá pra rebobinar, apagar. A gente vai ter que conviver com esse engano, com essa bala que foi direcionada errada para sempre", lamentou Verônica.

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Perseu Almeida foi um dos três médicos mortos em um quiosque na Barra da Tijuca. O grupo estava na cidade carioca para participar de um congresso. O crime aconteceu em frente ao hotel onde os médicos estavam hospedados. De acordo com as investigações, o baiano foi confundido com o filho de um miliciano, que morava na mesma região.

Verônica Almeida contou que poucas horas antes do crime, o marido mostrou para ela fotos do hotel e também no quiosque, já com os amigos, Marcos de Andrade Corsato e Diego Ralf de Souza, que também morreram, e Daniel Proença, o único sobrevivente.

"Ele tava feliz que ele tava encontrando os amigos que ele conheceu na residência, na especialidade", contou.

O amigo de Perseu e também médico, Wanderley Farias Jr, contou que o ortopedista baiana não mediu esforços para participar do congresso.

"Na quinta-feira e na sexta-feira os plantões eram dele. E daí ele me avisou, me informou do congresso e pediu para eu fazer. Eu disse 'sem problemas, irmão, você vai em busca do seu conhecimento, da sua atualização'", relembrou o amigo.

Na semana em que foi morto, dois dias antes, na terça-feira (3), Perseu Almeida fez aniversário de 33 anos. No dia, ele cumpriu a agenda de médico. Fez uma cirurgia e em seguida foi para casa, onde celebrou a data com a família.


				
					'Conviver para sempre', diz esposa de médico baiano morto no Rio
Na semana em que foi morto, dois dias antes, na terça-feira (3), Perseu Almeida fez aniversário de 33 anos. Foto: Reprodução/TV Globo

No dia seguinte, na quarta-feira (4), ele viajou para o Rio de Janeiro para participar do congresso. No hotel onde o evento aconteceria, Perseu encontrou os outros três amigos, os médicos, Marcos de Andrade Corsato, Diego Ralf de Souza e Daniel Proença.

Perseu Almeida morava em Jequié, e fazia atendimentos em no município e também na cidade de Ipiaú, em clínicas particulares e hospitais públicas. Em ambas as cidades, pacientes e moradores sentiram a perda do médico, conhecido por todos e também pela sua família.

O ortopedista se preparava para assumir a clínica do pai, que faleceu em um acidente de carro dez anos atrás, quando Perseu ainda cursava medicina em Salvador. O médico resolveu manter o legado da família. Especializou-se em São Paulo, mas retornou para a cidade natal. em Ipiaú.

"A gente perdeu nosso pai, ele foi nosso pilar. Ele foi a nossa força, pra nossa mãe, sempre aquele homem dedicado, que ia atrás do que ele queria", lamentou a irmã Priscila Almeida.

"Ele preferiu retornar e continuar o legado que meu pai deixou", disse a irmã Laís Almeida.

Perseu Almeida deixou esposa e dois filhos. Verônica Almeida relembra as facetas do ortopedista, que além de médico amado por onde passou, também era um pai.

"Eu posso falar para minha filha que o pai dela foi maravilhoso. E várias lembranças ela vai ter dele, ela sabe que ele era maravilhoso. Porque o Peu, o Perseu, era um bobo quando falava sobre a filha", disse Verônica.


				
					'Conviver para sempre', diz esposa de médico baiano morto no Rio
Verônica Almeida e Perseu Almeida foram casados por 5 anos. Foto: Reprodução/TV Globo

Enterro

Perseu Almeida foi sepultado na cidade de Ipiaú, no sul da Bahia. A cerimônia e o velório, que começou ainda na noite de sexta-feira (6) com a chegada do corpo ao município, foram marcados por muita comoção.

A população parou para a despedida, que contou com um cortejo pelas principais ruas da cidade, que ficaram com comércios fechados em luto e protesto por paz. A cerimônia reuniu centenas de familiares, amigos e pacientes do médico.


				
					'Conviver para sempre', diz esposa de médico baiano morto no Rio
Perseu Almeida foi sepultado na cidade de Ipiaú, no sul da Bahia, no último sábado (7). Foto: Roger Sarmento/TV Santa Cruz

Perseu Almeida tinha 33 anos e administrava uma clínica na cidade, que herdou do pai, morto em 2013 em um acidente de carro. O médico estava prestes a expandir o negócio e realizar um sonho que também recebeu de herança, abrindo mais uma clínica.

O crime

Os quatro médicos bebiam em um quiosque, na madrugada de quinta-feira (5), quando foram mortos a tiros na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O grupo de ortopedistas estava na cidade para um congresso internacional de ortopedia e estavam hospedados no prédio onde ocorria o evento. O bar onde os quatro ortopedistas bebiam ficava em frente ao prédio.

Após ataque, apenas o médico Daniel Sonnewend Proença sobreviveu. Segundo investigações realizadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, Perseu teria sido confundido com o filho do miliciano Dalmir Pereira Barbosa, Taillon de Alcântara Pereira Barbosa.


				
					'Conviver para sempre', diz esposa de médico baiano morto no Rio
'Foi um milagre', diz mãe de ortopedista sobrevivente de ataque no Rio. Foto: Reprodução

Taillon, que também é miliciano, havia sido colocado em prisão domiciliar em maio de 2023 e o endereço dele também é Avenida Lúcia Costa, na praia da Barra da Tijuca, onde fica o quiosque em que Perseu e os amigos estavam.

Pelo menos quatro suspeitos participaram do crime. Dois foram encontrados mortos na madrugada de sexta-feira.

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