Seis testemunhas de acusação do assassinato da cantora gospel Sara Freitas foram ouvidas nesta terça-feira (26), na primeira audiência do caso. A informação foi confirmada pelo advogado da família da vítima, Rogério Matos.
A audiência teve como base o Fórum Ruy Barbosa, que fica localizado no bairro de Nazaré, em Salvador. A tomada de depoimento foi hibrida, com algumas pessoas ouvidas de forma virtual. Entre elas, a mãe de Sara Freitas, que mora no Maranhão.
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Ao todo, onze pessoas deveriam prestar depoimento ao longo do dia, porém, conforme detalhou o advogado, o sistema da Justiça apresentou uma instabilidade e outras cinco pessoas tiveram as participações adiadas para a segunda audiência.
O novo encontro acontecerá no dia 16 de abril deste ano, no fórum de Dias d'Ávila. Entre os cinco que serão ouvidos neste dia, está a irmã da cantora gospel. Ela chegou a começar a falar nesta terça-feira, mas acabou interrompida pelo problema.
O dia definido para a audiência é o mesmo quando as testemunhas dos 4 réus seriam ouvidas. Não foi detalhado se esses depoimentos seguirão mantidos no mesmo dia.
Relembre o caso de Sara Freitas
Sara Freitas desapareceu no dia 24 de outubro de 2023, quando saiu da casa onde morava no bairro de Valéria, em Salvador, para ir a um suposto culto, onde iria se apresentar. Ela chegou a postar nas redes sociais que estava a caminho de Dias d'Ávila horas antes de sumir.
Sara Freitas seria levada até o local por um motorista de confiança, identificado como Gideão Duarte, que já havia prestado esse serviço. Depois de entrar no carro, a cantora não foi mais vista.
O marido dela, Ederlan Mariano, mobilizou buscas pela esposa na imprensa e nas redes sociais. Três dias depois, o corpo de Sara foi encontrado. O homem foi preso em seguida.
Ao longo da investigações, a família de Sara contou à imprensa que Ederlan era agressivo com a esposa e a forçava a ter relações sexuais. Disse ainda que a cantora gospel planejava sair de casa.
O segundo suspeito a ser preso foi Bispo Zadoque, que se apresentava como amigo de Sara. A prisão ocorreu no dia 14 de novembro. O homem também cantava em igrejas evangélicas e costumava trocar elogios com a vítima nas redes sociais.
Já no dia 15 de novembro, Gideão Duarte, terceiro suspeito de participação no crime, também foi preso. No mesmo dia, eles passaram por audiência de custódia, que foi favorável para que as detenções fossem mantidas pela Justiça.
O quarto suspeito de participar do crime foi identificado como Victor Gabriel de Oliveira. O homem foi preso também no dia 15, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O Ministério Público da Bahia (MP-BA) afirma que os quatro queriam lançar a carreira dele na música gospel.
Segundo a denúncia recebida pelo MP-BA, o crime foi cometido por Bispo Zadoque, Victor Gabriel e Gideão Duarte, a mando de Ederlan Mariano.
O objetivo era "se apoderar da imagem pública de Sara Mariano, fazendo uso de toda a estrutura já montada em torno dela, para lançar a carreira de Victor, com o que todos lucrariam futuramente”. Com isso, a suspeita inicial de que o crime teria sido motivada por ciúmes foi descartada.
Inicialmente, Sara Freitas era conhecida como Sara Mariano - nome que usava nas redes sociais e nas apresentações. No entanto, a pedido da família, o sobrenome do marido dela deixou de ser usado.
A família da cantora gospel chegou a brigar na Justiça pela filha dela com o suspeito de ser mandante do crime, mas a família dele ficou com a guarda.
Nesta semana, um homem e uma mulher, irmãos de Gideão, foram assassinados a tiros em Camaçari. Em nota, a Polícia Civil (PC) informou que a principal suspeita é de que o tráfico de drogas tenha relação com o crime. No entanto, não foi detalhada ainda a motivação.
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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