Os brasileiros que estavam no festival música eletrônica SUPERNOVA Universo Paralello Edition, que acontecia em próximo da Faixa de Gaza, relatam momentos de terror após ataque, no último sábado (7), do grupo extremista Hamas.
A festa, que tem origem brasileira e foi criada por Juraez Petrillo, pai do DJ Alok, teve mais de 260 mortos. Em comunicado, a assessoria do DJ informou que ele não possui nenhum tipo de responsabilidade pela edição em Israel.
Leia também:
"Toda a responsabilidade de organização, logística, divulgação ou quaisquer outras questões relacionadas à execução do evento, é de responsabilidade da produtora israelense", diz a nota.
Um dos sobreviventes foi o jogador de futvôlei Nathan Obadia. Em entrevista para o g1, ele descreveu a situação como "um inferno".
"Foi um inferno. Mais de 300 tiros em cima da gente", disse. Ele destacou que outras festas também já aconteceram próximas a Faixa de Gaza, mas sem intercorrência.
O bombardeio ao festival foi parte de um ataque surpresa contra Israel. Pela Faixa de Gaza, os combatentes do Hamas invadiram o território israelense, mataram centenas de pessoas e levaram mais de 100 como reféns. Israel declarou guerra e atacou o território palestino.
O jogador de futvôlei contou que terroristas armados invadiram a fronteira e abriram fogo contra as pessoas que estavam no local. Ainda segundo ele, as sirenes começaram a tocar por volta das 6h. Ele e quatro amigos teriam tentado fugir para Tel Aviv em um carro.
No entanto, perceberam que outros veículos retornavam em direção ao festival, e por isso resolveram voltar. Segundo Nathan, ele e os amigos viram diversos veículos marcados por balas.
"Nunca entram pessoas armadas em Israel. Não existe isso. Só que dessa vez aconteceu", diz. "A gente acabou entrando em uma zona que era um campo aberto. Na hora que a gente entrou nesse campo os caras começaram a largar bala em cima da gente."
Ainda segundo Nathan, ele e os amigos saíram do veículo e deitaram no chão atrás do carro.
"Tiros infinitos, irmão...É inacreditável. A festa rolando, outras pessoas tentando fugir, tomando tiro no carro também..."
O jogador e os amigos não ficaram feridos. Ele explicou que o grupo foi salvo por soldados que estavam fazendo ronda na região.
Já o paulistano Rafael Birman, que estava no grupo com Nathan, chegou a enviar um áudio pelo celular se despedindo da mãe.
"Os militares começaram a abrir fogo contra os terroristas. A gente passou 20 minutos sendo fuzilado e por um milagre nenhum dos meus colegas saiu ferido."
Um terceiro brasileiro, Rafael Zimerman, que também estava na rave, se fingiu de morto para sobreviver. Ele estava acompanhado dos amigos Rafaela Treistman e Renai Glazer, que está desaparecido. Para continuar vivo, ele se refugiou em um bunker e ficou com marcas de estilhaços nas costas.
"A gente era só jovens numa festa. Sabe, festejando a vida. E do nada as pessoas que querem morte interrompem isso."
"Tinha muita gente pegando fogo e eu não podia sair. Ao mesmo tempo, se eu forçasse a saída, a chance de dar de cara com um terrorista era enorme. Então, eu acabei fingindo que estava morto durante horas", recorda.
O pai de Alok deixou o local logo após o festival ser interrompido pela chegada de homens do Hamas. Em um vídeo compartilhado nas rede sociais, Petrillo chegou a mostrar um pouco da situação. Ele fugiu do local guiado pela produção israelense.
Mais de mil mortos
Até está terça-feira (10), mais de 1.770 pessoas foram mortos nos confrontos. Além desse número, um porta-voz das forças militares de Israel contou que 1.500 corpos de integrantes do Hamas foram encontrados dentro do território de Israel.
Na última segunda-feira (9), o Catar divulgou que tenta intermediar a situação em conjunto com os Estados Unidos, conforme divulgou a TV Globo. Israel e Hamas negociam liberação e troca de reféns e prisioneiros.
No domingo (8), o Brasil enviou aviões para resgatar brasileiros presos na região do confronto. Ao todo, seis aeronaves da Força Aérea (FAB) começaram a deixar o país durante a noite e seguiram para Roma, na Itália, onde aguardaram autorização para seguir viagem. A primeira aeronave chegou à Israel nesta terça (10).
De acordo com o jornal O Globo, ainda não foi divulgada uma lista, mas cerca de mil brasileiros entraram em contato com a embaixada brasileira em Tel Aviv, sendo a maior parte turistas.
No primeiro voo, uma equipe de saúde com dois médicos, dois enfermeiros e dois psicólogos da FAB foi enviada para prestar apoio a quem embarcar. O governo estuda um plano para repatriar quem está na Faixa de Gaza e Cisjordânia.
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!