Um músico baiano que mora em Israel há quase 6 anos relatou momentos de tensão e choque após o ataque do movimento islâmico armado Hamas ao país, neste sábado (7). Em entrevista ao iBahia, Bruno Passy contou que, apesar de não morar próximo do local onde as ações se concentraram, tem sentido o impacto desde as 6h30, no horário local (1h30 no Brasil).
"Todo o país sofreu ataques, mas onde eu moro não é onde começa o conflito. Como o país é pequeno, a gente acaba sofrendo em todas as partes do país. Não tem muito o que fazer".
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Segundo o baiano, foi possível ver e ouvir o sistema de proteção antimísseis agindo durante todo o dia. Além das sirenes, que são tocadas para alertar a população, também são ouvidas as explosões dos misseis inimigos no ar. As luzes, que foram registradas em alguns vídeos que o baiano recebeu e encaminhou para o portal, assustam. [Assista abaixo]
"Ouvimos a sirene e as explosões durante praticamente o dia todo. A gente ouve e vê as luzes do sistema antimísseis, ouve os sons dos misseis. A explosão é muito forte. mesmo de longe a gente ouve as explosões".
Passy detalhou que as ruas foram bloqueadas e estão vazias. A orientação é de que a população fique perto de abrigos e corra para esses espaços, caso seja necessário. O brasileiro contou que há locais estratégicos que são públicos e outros construídos em imóveis em todas as cidades, para garantir a proteção.
"Geralmente, nas cidades têm os abrigos públicos, ou, em determinados prédios ou casas, têm os abrigos que também ficam abertos ao público. Se não tiver um público aberto, você pode correr para lá. Não são todos que têm. Quando não tem, a orientação é que você fique nas escadas dos prédios, que são os lugares mais seguros nesses casos".
Apesar do medo, conforme relato do músico, os israelenses tentam agir com naturalidade diante do ataque. "O pessoal aqui já conhece a situação. Nesses anos que eu moro aqui, eu não vejo pânico. Claro que ocorre o nervosismo, mas sair do país como uma forma de segurança não não acontece muito. O que acontece é uma surpresa e entender o que aconteceu, porque existe também um sentimento de nacionalismo grande".
Durante a entrevista, Passy contou ainda que se surpreendeu com a reação do governo. Conforme relato do baiano, no último pronunciamento, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a retaliação será a maior já vista.
"A mensagem é de que estamos sendo atacados, mas vamos revidar, que vai ter um retaliação nunca antes vista. Essa foi a mensagem recente que passou na TV do primeiro-ministro. Lá em Gaza [Faixa de Gaza], eles mandam evacuar, porque vai ter uma ação muito forte".
Bruno Passy deixou o Brasil em busca de mais oportunidades em Israel. Ele morava em Salvador, onde era vocalista de uma banda. Agora, vive na cidade de Ramat Gan, com a noiva, Or Shemesh. Lá, ele também comanda um grupo de rock.
O músico contou também que o ataque deste sábado foi a situação de maior risco que presenciou desde que chegou ao país. "Não tenho como explicar em palavras. Te dá um pouco de angústia quando você ouve o som das sirenes. Você vê no rosto das pessoas que elas estão nervosas com a sensação. É uma sensação estranha e que marca".
Ataque a Israel
O ataque ocorrido neste sábado é considerado um dos maiores já sofridos por Israel nos últimos anos. As ações aconteceram principalmente no sul do paísç. Milhares de foguetes foram lançados e há ainda a afirmação de que vários terroristas se infiltraram no território a partir da Faixa de Gaza.
Ao reivindicar a autoria do ataque, o Hamas afirmou que esse é o início de uma grande operação para a retomada do território. Segundo a imprensa internacional, os serviços de emergência já confirmaram que ao menos 432 pessoas morreram, sendo 200 em Israel e 232 na Faixa de Gaza — essas últimas tendo sido mortas na retaliação israelense.
De acordo com o g1, outras milhares de pessoas ficaram feridas. O Ministério de Saúde de Israel afirmou que pelo menos 1.104 pessoas foram levadas a hospitais para serem atendidas. Dessas, há 17 em estado crítico.
Em resposta aos ataques, Benjamin Netanyahu disse que o país está em estado de guerra. O primeiro-ministro lançou a operação "Espadas de Ferro" e convocou uma reunião de emergência com autoridades de segurança. O país convocou uma grande quantidade de reservistas.
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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