Um baiano que mora em Israel há cerca de 30 anos, Danilo Rabinovitz, contou que desde o início dos bombardeios entre o país e a Palestina, ele tem usado um quarta de segurança dentro do apartamento onde mora, em Berseba. O confronto começou no sábado (7) e já contabiliza mais de 1,2 mil mortos e 5 mil feridos.
"Graças a Deus eu estou em segurança, tenho um quarto de segurança dentro de casa. Mas a situação aqui está muito complicada", relatou.
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Segundo o baiano, muitos prédios do país têm quartos de segurança. O local tem uma estrutura mais reforçada que o usual, com uma porta de aço e paredes de concreto que são mais grossas que outras do imóvel. Além disso, uma pequena janela reforçacada com camada grossa de vibra e uma placa de aço, que devem ser mantidas fechadas durante os bombardeios.
"Nesse quarto a gente fica bastante protegido e é para ele que a gente vem quando as sirenes são acionadas, para caso caia algum 'foguete'. Apesar disso, Israel tem sistema de defesa muito forte e cerca de 95% dos 'foguetes 'são combatidos ainda no ar", contou.
O baiano trabalha com educação não formal e mora em uma cidade de cerca de 204 mil habitantes, no sul de Israel. A localidade fica a cerca de 40km da Faixa de Gaza, onde ocorrem os conflitos.
Segundo Danilo, quando foguetes são lançados em direção à cidade, sirenes são acionadas e, a partir disso, há um espaço de cerca de 1 minuto para procurar abrigo.
"Quando foguetes são lançados na direção de Berseba, as sirenes são acionadas e nós temos um minuto apenas para procurar um abrigo. Essa é a orientação, então, é importante ter esse espaço em casa", detalhou.
Para aqueles que não possuem essa estrutura, é preciso sair para corredores de prédios ou ficar em escadas, nunca dentro dos imóveis. Já quem vive mais próximo da Faixa de Gaza, o tempo para procurar abrigo baixa para 30 segundos.
Danilo explicou que mesmo com a segurança do quarto especial, a situação de terro se instaurou no país e está sendo difícil. No último sábado (7), o Hamas, um grupo militantes islâmico palestino que governa a Faixa de Gaza lançou um ataque contra Israel. O baiano relatou o que viveu desde então.
"Acordar ao som de sirenes e, em poucas horas, você ter mais de 700 mortos, 2.400 feridos, pelo menos 130 pessoas raptadas e levadas para a Faixa de Gaza, dentre elas crianças, mulheres, senhoras. É uma situação revoltante", contou.
Até esta segunda-feira (9), terceiro dia de conflitos, foram contabilizados mais de 1300 mortes. Segundo o Ministério de Relações Exteriores, três brasileiros que participavam de uma festa rave, perto da Faixa de Gaza, estão desaparecidos e um, ferido.
No domingo (8), o Brasil enviou aviões para resgatar brasileiros presos na região do confronto. Ao todo, seis aeronaves da Força Aérea (FAB) começaram a deixar o país durante a noite e seguiram para Roma, na Itália, onde aguardarão autorização para seguir viagem.
Redação iBahia
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