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Violência

Bahia teve 108 feminicídios em 2023; Em 2024, 10 já foram registrados

Dados de feminicídios da polícia mostram conformidade com números altos da violência contra mulheres na Bahia

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Alan Oliveira

08/03/2024 às 5:00 - há XX semanas
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O dia 8 de março marca a luta internacional das mulheres por igualdade e direitos, mas um fator crescente vem afastando elas do ideal: a violência. Sobretudo, quando é motivada por questões de gênero. Nesse quesito, dados da Bahia assustam. Segundo a Polícia Civil (PC), o estado registrou 108 feminicídios somente em 2023.


				
					Bahia teve 108 feminicídios em 2023; Em 2024, 10 já foram registrados
Bahia teve 108 feminicídios em 2023; Em 2024, 10 já foram registrados. Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

De acordo com o levantamento que foi divulgado ao iBahia, o número representa um aumento de 1 caso em relação a 2022, quando 107 mulheres foram vítimas do crime no território baiano.

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Entre os casos de de feminicídio no estado no ano passado, 85 mulheres eram pardas e negras, 10 brancas e 13 não tiveram cor definida. As idades das vítimas variam de 14 a 72 anos. Com 18 casos, Salvador é a cidade com mais registros ao longo do ano.

Em 2024, apenas em janeiro e fevereiro, já foram contabilizados 10 crimes. Apesar disso, conforme pontuou a polícia, o número representa uma redução de 23,1% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando o estado teve 13 registros.

Os números da Lei Maria da Penha em janeiro e fevereiro deste ano também chamam atenção. Ao todo, foram 7.835 boletins de ocorrência registrados, 4.499 inquéritos instaurados, 2.506 inquéritos encaminhados para a Justiça, 950 solicitações de medidas protetivas de urgência e 748 homens presos em flagrante.

Levantamento mostra números de violência e feminicídio na Bahia


				
					Bahia teve 108 feminicídios em 2023; Em 2024, 10 já foram registrados
Pesquisa mostra Bahia como estado com mais homicídios de mulheres. Foto: Arquivo Agência Brasil

Uma pesquisa feita pela Rede de Observatórios da Segurança mostra a Bahia como o estado com mais homicídios de mulheres em 2023. Os números, que foram divulgados nesta quinta-feira (7), levam em conta outros 7 estados monitorados pela entidade no Brasil.

De acordo com o levantamento, intitulado "Elas Vivem: liberdade de ser e viver", foram registradas 129 ocorrências na Bahia ao longo do último ano. Os números não levam em conta feminicídios - que são motivados por questões de gênero.

Ao todo, segundo a Rede de Observatórios da Segurança, 368 casos de violência aconteceram no estado em 2023. Isso representa um crescimento de 16,46%, em relação a 2022, quando 316 crimes foram registrados.

Dos casos deste ano, 41,30% não tinham a informação da idade das vítimas disponível, o que representa 152 mulheres.

Pesquisa tem Salvador no topo em violências contra mulheres, incluindo homicidios

Conforme pontuou o levantamento, Salvador concentra o maior percentual das violências: foram 110 mulheres vitimadas. São 80 a mais que em Feira de Santana, que fica a cerca de 100 km da capital e é a segunda maior cidade do estado: 30 vítimas.


				
					Bahia teve 108 feminicídios em 2023; Em 2024, 10 já foram registrados
Pesquisa mostra Bahia como estado com mais homicídios de mulheres. Foto: Divulgação

Apesar da contabilização mais alta da polícia, o levantamento mostra 70 feminicídios em todo o estado no ano passado, sendo 20 somente na capital. Entre os feminicídios do estado, 40 foram cometidos com arma branca.

Metodologia da pesquisa realizada pela Rede

Os dados são produzidos a partir de um monitoramento diário do que circula nas mídias sobre violência e segurança. De acordo com a Rede, as informações coletadas de diferentes fontes são confrontadas e registradas em um banco de dados que posteriormente é revisado e consolidado.

O monitoramento permite que crimes que possuem evidências mas não são tipificados pela polícia, como violência contra mulheres (lesão corporal, ameaças e outros), possam ser nomeados corretamente.

Dessa forma, segundo apontou a entidade, é possível reduzir a subnotificação comum a esses casos e produzir análises mais seguras sobre o que ocorre na realidade, complementando e enriquecendo os dados oficiais.

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